domingo, 14 de setembro de 2008

Eu, grampeada

Meu namorado trabalha no STF, o que me faz cogitar a idéia de que, nesse escândalo de grampos, também o meu celular esteja grampeado. Claro que as chances de ser verdade são inexistentes, mas isso não me impediu de imaginar todos aqueles engravatados escutando as minhas conversas telefônicas com a minha mãe, o meu pai, as minhas amigas, ... Acho que devem me considerar a criatura mais insegura do mundo, só porque eu tenho o hábito de perguntar a ao meu namorado todos os dias se ele ainda gosta de mim... Ou então, pensam que esse seria uma espécie de código secreto! Isso mesmo! Acabam de descobrir uma cidadã muito suspeita... Seria essa pergunta uma senha?! Lembro das reportagens no Jornal Nacional em que sempre que há uma conversa telefônica e o grampeado fala algo do tipo “você já recebeu a bolsa?”, aparece a legenda “bolsa = carregamento de droga”. Então, os fofoqueiros de plantão, encarregados de ouvir as conversas alheias, ficam tentando descobrir o que significaria, naquele código, a palavra gostar... Há outras expressões também muito usadas por essa mesma pessoa e que eles até agora não conseguiram decifrar, como amor e saudade. E não pára por aí! Eu realmente devo estar na lista das grampeadas mais suspeitas de todas. É que há outro fato muito suspeito: toda vez que eu falo com esse determinado número – sim, aquele mesmo com quem eu vivo me comunicando "por código", eu mudo a voz, fico falando de forma meio infantilizada... Está na cara que isso é uma tentativa de disfarce! Eles não devem ter mais dúvida alguma... Socorro! Eu juro que sou inocente!! O que? Depor na CPI dos grampos?!!!!!! Socoooorrooo!!!!!!!!!!
É, acho que eu preciso ter mais cuidado com o que falo... E com o que eu imagino também!!!