domingo, 26 de outubro de 2008

“Tinha certeza que você viria”

Faz tempo que não escrevo. Andam até dizendo que o nome do meu blog está desatualizado, deveria ser “parei de escrever”. Ando mesmo ausente, mas eu queria escrever algo sobre Eloá. Antes que a mídia e eu nos esqueçamos dela. Porque o Brasil tem memória curta, e eu também tenho. Na verdade, quero falar mesmo é da Naiara. Eu, como a maioria dos brasileiros, achei um absurdo a polícia ter mandado a menina de volta ao cativeiro, por mais que digam que “era para ela ter ficado na escada”. Negociar com seqüestrador é coisa para profissional e não para uma menina de 15 anos! Mas eu quero que fique bem claro: a atitude da polícia foi desprezível, mas a da Naiara foi louvável. Quero bater palmas para ela. Quanta coragem. E que prova de amizade e amor! A atitude dela me fez lembrar esse texto que eu acho simplesmente maravilhoso, mas cuja autoria desconheço:

"Meu amigo não regressou do Campo de Batalha, senhor. Solicito permisão para ir buscá-lo" disse um soldado para seu general. "Permissão negada", disse o oficial, "não quero que arrisque sua vida por um homem que provavelmente está morto". O soldado, não fazendo caso a proibição, saiu e uma hora mais tarde regressou mortalmente ferido, transportando o cadáver de seu amigo. O general estava furioso : "Eu bem te disse que ele estava morto! Diga-me: valeu a pena você ter ido lá para trazer um cadáver?" E o soldado, bastante ferido, respondeu: "Claro que sim, senhor! Quando o encontrei, ele ainda estava vivo e pode dizer-me: Tinha certeza que você viria!

No meio de tanta angústia, Eloá teve ao menos a certeza de que a amiga estava ali. Obrigada, Naiara!