sábado, 29 de novembro de 2008

O grande dia

Amanhã será o grande dia: vou com minha prima ao show de Rebeldes. Como ela contou à uma amiga: "estamos ansiosíssimas"! Ela, claro, porque é fã do grupo. E eu, porque, apesar de nunca ter visto a cara de nenhum dos Rebeldes na minha vida, adoro a minha prima e quero ver a felicidade dela. Fico imaginando que isso representa para ela o que significou para mim ver quatro vezes o show de Chico Buarque, em três cidades diferentes... A felicidade foi tanta que o meu coração disparou e, juro: saiu por minha boca por alguns centésimos de segundo! Acho que até o meu coraçãozinho quis ver Chico com seus próprios olhos.
Não, eu não conheço as músicas dos Rebeldes... Nenhuma. Além disso, quem me conhece está cansado de saber: eu não gosto de tumulto, de fila, de fanatismo e de gente gritando desesperadamente. Tenho horror a tudo isso! Mas eu entendo perfeitamente o que minha prima sente. Sei que o que para muitos parece uma bobagem pode ter um valor incalculável para a nossa alma.
Tenho certeza de que amanhã será um dia muito especial. Essa será uma experiência indescritível... E não estou inventando!!! É que eu sei que, ao ver os olhos da minha prima brilhando, eu vou relembrar a emoção de ver o "meu" Chico no palco, cantando, maravilhosamente: "voltei a cantar porque senti saudade..." E, nessa hora, meu coração vai, novamente, dar uma escapadinha do meu peito...

Madre Teresa

Na adolescência, ganhei da minha amiga Mari o apelido de Madre Teresa. Ela ficava revoltada com a minha incapacidade de enxergar maldade nas pessoas. Podiam aprontar tudo, qualquer coisa, comigo e eu continuava com a história de que "ah, mas ela não fez por mal" ou "eu sei que não foi culpa dele". Lembro dos gritos que levei da minha irmã mais velha, que também não aceitava a minha mania de achar que todo mundo era meu "melhor amigo"...
A verdade é que eu sempre gostei muito e profundamente das pessoas. E sempre foi difícil imaginar que o contrário, em alguns casos, podia não ser verdade. Nunca achei que eu pudesse despertar sentimentos ruins em outras pessoas.
Mas a vida ensina. Agora, eu estou percebendo que, como todas as outras pessoas, sou sim capaz de não "encantar" todo mundo. Descobri que existem pessoas que simplesmente não gostam de mim! E, como nos tempos do colégio - quando Mariana, revoltada, me chamava de Madre Teresa - eu ainda continuo considerando essa uma realidade dolorosa e difícil de aceitar...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

"Quem é amigo de todos, não é amigo de ninguém!"

Muito já escrevi sobre amizade. O fato de o tema ser tão recorrente em meus textos está, certamente, relacionado ao valor que eu dou aos meus amigos. Infelizmente, nem todos são assim. Há pessoas que não sabem a preciosidade, o dom divino que é um amigo. Acabo de me decepcionar com uma pessoa que considerava uma grande amiga. Mas não se trata de uma decepção pequena, uma briguinha ou intriguinha à toa. Fui traída. E, se podemos criar uma escala para medir traições, tenho certeza que o que essa pessoa fez comigo antigiu o grau mais alto na classificação. A traição de um amigo é pior do que a amorosa (já vivi as duas experiências). Isso porque, nos relacionamentos amorosos, existem, naturalmente, diversos sentimentos controversos, de posse, ciúme, incompatibilidade de planos e idéias, insegurança, atração... Sentimentos que não justificam jamais uma traição, mas que não podem ser desconsiderados ao julgarmos as atitudes alheias.
Mas a traição de um "amigo" dói na alma. Porque, por mais que você reflita, você nunca vai encontrar um motivo. Na amizade, não existem cobranças. Ninguém exige exclusividade a um amigo. O fato é que você pode ser fiel a todos os seus amigos ao mesmo tempo! Se você trai, é porque nunca foi amigo. É porque você não tem um bom coração, simples assim. Acho que quem trai um amigo assina um atestado de inveja e de falta de caráter.
No entanto, como eu sou uma verdadeira Poliana, estou tentando valorizar o que importa nesse meu "momentinho" de dor... O carinho e a verdadeira amizade dos que "tomam partido"!!! Afirmo com toda certeza: essas são as pessoas que valem!!! Afinal, já dizia Aristóteles: "Quem é amigo de todos, não é amigo de ninguém!".

domingo, 16 de novembro de 2008

Será que ele está ao lado de Deus?

Um tiro. Essa foi a forma que Joãozinho encontrou para calar a angústia que o atordoava. Não sei o motivo, nem o conhecia bem, mas tenho certeza que o seu objetivo, assim como o da maioria de pessoas que cometem suicídio, foi pôr fim a sua dor e não realmente acabar com a vida. Morrer, nesse caso, é uma conseqüência que parece inevitável. Acho que a angústia é o sentimento que mais dói dentro da gente. E, em casos extremos, como o de Joãozinho, faz com que fiquemos impossibilitados de enxergar as opções que existem para enfrentar os problemas. Procurar ajuda parece tolice, afinal, o problema cresceu tanto que não deve haver solução. Morrer é a única forma de não sofrer mais...
Uma amiga de Joãozinho, que também é minha amiga, perguntou se eu acredito que ele está ao lado de Deus, pois a igreja entende o suicídio como um pecado terrível. Sinceramente, eu, que já fui tão católica, chego a me indignar com essa posição da igreja. O meu Deus, o Deus em que eu acredito, é só amor e perdão! Como pode esse Deus castigar alguém? Como pode Deus negar amor e abrigo a quem, desesperado, pôs fim à própria vida? Meu Deus não hesita em oferecer consolo a esse filho.
Quer saber, sinceramente, se eu acho que o seu querido amigo está ao lado de Deus? Pois é, devo dizer: certamente ele não está... Nesse momento, minha amiga, Joãozinho está exatamente no colo do Senhor, recebendo um afago, um alento.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

À chefe, com carinho

Eu sou o que se pode chamar de “a queridinha” da minha chefe. Mas, na verdade, ela é que é muito querida. Eu gosto tanto dela que chego a acreditar que, em outra vida, ela foi minha mãe. Agora, ela está indo embora, vai enfrentar novos desafios e proporcionar a outras pessoas o privilégio de sua convivência. Além de estar sentindo uma enorme saudade antecipada, fico me questionando se eu consegui, nesses três anos e pouco de convivência, ajudá-la, de alguma forma, pelo menos um pouquinho.
Entre tudo o que ela fez por mim, eu posso dizer que o mais importante foi ter me presenteado, desde o primeiro dia, com a sua confiança. Ganhei esse presente de forma gratuita e me esforcei a cada dia para merecê-lo, mas não sei se consegui.
Enfim, ela pode ir para qualquer lugar desse mundo, mas vai continuar sendo a minha chefinha querida. Tenho uma dívida enorme com ela. E terei sempre, pois aprendi com a minha mãe "que gratidão é uma dívida que não prescreve jamais".