terça-feira, 28 de setembro de 2010

Quem quer me seguir?

Na semana passada, num "almoço" apressado na Mac Donalds, ouvi uma mocinha falar para outra: "Sabe quem está me seguindo? O fulaninho, já pensou?" E a outra, chocada: "não acredito! Que horror, que cara-de-pau!". Eu, silenciosamente, concordei. Também acharia um horror ser (per)seguida por quem quer que fosse! Aliás, eu já estava pensando "ela devia ir à polícia agora mesmo, que safado!" Demorou até eu perceber que a conversa era sobre o twitter... Compreendi, finalmente, que, de uma vez por todas, eu precisava mesmo me aventurar por esse mundo "misterioso" (para mim)...
Até agora tinha resistido porque sempre achei que era apenas um meio de você falar sozinho ou simplesmente de criar inimizades, sabem? Confesso que se trata de puro preconceito - criado a partir de notinhas nas colunas jornalísticas: "fulano diz que gosta de tal coisa" ou "fulano e fulano trocam farpas no twitter"... Mas como sou uma pessoa "mente aberta" (não muito!), acabo de criar um perfil meu na tal rede de relacionamentos. Vamos ver como eu me saio por lá... Ou se, logo, logo eu saio correndo!!! rsrs
Mas é que antigamente, eu me lembro bem, a gente costumava ter AMIGOS. Depois, passamos a fazer CONTATOS. Agora a onda é ter SEGUIDORES. E eu ainda não me acostumei com isso que chamam de "NETWORK"...

terça-feira, 29 de junho de 2010

"Que país é esse?"

"Boa tarde", digo eu à dona da barraca de flores. "Boa tarde, linda", responde a senhora que, de tão doce e simpática, me causa certo mal estar. É um tal de "linda, obrigada, Deus te abençoe, fique à vontade" que sempre acaba mais me atrapalhando do que ajudando na hora de escolher as minhas flores prediletas. Eu devia ter vergonha de admitir isso, mas, no meu íntimo, eu sempre desejo que ela fique em silêncio... Como hoje a minha encomenda era grande, solicitei, com bastante naturalidade, que ela anotasse o meu pedido. Ela fez que sim e foi buscar um caderninho. Voltou, parou ao meu lado um pouco sem graça, olhou bem nos meus olhos e disse, quase num tom de quem confessa um pecado: "Deixa eu te contar uma coisa, moça, eu sou analfabeta... Você se incomoda de escrever para mim, minha linda?" Tentando disfarçar o meu constrangimento, eu disse que não e anotei tudo.
Mas a verdade é que sim, eu me incomodo muito. Me incomodo que ainda haja tanta gente por aqui que não sabe ler e escrever. Isso me revolta tanto!! Como pode, meu Deus, nós estamos na capital do Brasil?! E, já que estamos aqui, nada melhor do que uma música do Legião Urbana para definir o meu sentimento, "Que país é esse?" Em tempos de Copa do Mundo, lembro também do Zé Ramalho: "Pode ser o país do futebol, mas não é, com certeza, o meu país".
Não é a primeira vez. Há uns meses, fiquei arrasada ao descobrir que a moça que me vendia docinhos também era analfabeta... Passei a ficar constrangida cada vez que a encontrava... Me sentir mal. É como se eu fosse também culpada por tudo isso, e sou, eu acho. Somos todos. Enquanto isso, a propaganda na TV diz que "nós, brasileiros, estamos vivendo um novo Brasil". Estamos mesmo?? De verdade, presidente? Então, viva!!
Pena que a simpática moça dos docinhos e a senhora "excessivamente" gentil que me vende flores na torre de TV morem em outro lugar...

terça-feira, 1 de junho de 2010

Nosso apê

Depois de visitarmos mais de quarenta apartamentos, eu e o meu amor finalmente nos decidimos por um. Nem muito grande, nem tão pequeno assim. Nem tão antigo, nem novo demais. Na melhor localização de Brasília, ao lado do Parque Olhos d'Água, o que deverá me deixar sem desculpas para não praticar uma atividade física (alto lá, eu faço pilates, lembram??).
Assim que compramos, pensamos em fazer uma pequena reforminha, que foi crescendo, crescendo (a reforma e não o apê) e acabou se transformando em um super-hiper quebra-quebra e um vai-e-vem de muitos profissionais. Agora, parece finalmente que a obra está chegando ao fim e não dá para não me emocionar a cada vez que volto lá. É a nossa casa, com a nossa carinha, tudo do jeitinho que a gente escolheu. Como olhar para a cozinha, com as pastilhinhas verdes, as pedras brancas, os detalhes em vidro, tudo do jeitinho que eu queria, e não imaginar uma refeição, ali mesmo, com a família toda (eu, Julio e os nossos três – sim, meu amor, três!!! – filhinhos)? Entrar na suíte, já pintada de azul, e não imaginar as noites com o meu amor? Como não olhar a janela da sala e não imaginar meu amor ali, em pé, olhando a vista... Ele não cansa dela jamais... E eu não canso nunca dele, e nem de olhar para ele.
Meu amor, obrigada por nossa casinha nova, por ter feito tudo do jeitinho que eu queria. Ou quase tudo, né??! Lembra-se dos meus planos para um espaço gourmet?? E a frase na parede do quarto?? Você vetou algumas idéias muito “ousadas”... rsrs Mas está tudo tão perfeito, que eu nem vou lembrar disso, certo? Fica para um próximo apê, quem sabe... Eu só sei que, depois de muito sonhar, imaginar, trabalhar (com a ajuda importantíssima da nossa arquiteta) e, principalmente, gastar (!!!), nosso apartamento está ficando pronto. E lindo. Nenhuma dúvida de que seremos muito felizes em nosso “lar-doce-lar”. Te amo.

sábado, 29 de maio de 2010

É bom ouvir "eu te amo"

Eu sou do tipo de pessoa que gosta de falar sobre sentimentos. Bem, eu não diria tanto "falar", mas eu sempre dou um jeito de as pessoas saberem o quanto são queridas e importantes para mim. Acho que isso faz bem a elas e a mim. Tem gente que se arrepende quando alguém morre: "eu devia ter dito o quanto gostava dele". Eu não imagino isso acontecendo comigo. Se eu gosto, eu demonstro e digo, repito, escrevo. E também estimulo outras pessoas a fazerem o mesmo. Afinal, é tão bom a gente ouvir palavras de carinho e amor. Eu adoro, seja do meu amor, dos meus pais, dos meus amigos. Aliás, tem alguém aí que não gosta?
Desde criança, digo e escrevo aos meus amigos: "te amo". Algumas vezes, especialmente na adolescência, isso até já causou problemas com algumas de suas namoradas ciumentas... Mas eu nunca deixei de dizer. Afinal, amor de amigo é tão diferente dos sentimentos existentes numa relação amorosa!! É amor também, mas é muito mais parecido com o sentimento existente entre irmãos do que aquele que une dois namorados.
Essa semana, um grande amigo me disse e repetiu: eu amo você. Um amigo que está em minha vida há quase 15 anos e que há pelo menos uns cinco (como ele mesmo lembrou) não me falava isso. Foi bonito, especial, importante. Para mim e para ele, que anda tão distante... Mas, mesmo distante, é e vai ser sempre meu amigo. Afinal, eu concordo com Vinícius que, certa vez, disse assim: "Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham mais nada em comum, somente compartilhar as mesmas recordações".
É isso aí. Eu também amo muito você, meu amigo querido.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Melhor do que música de Chico e Tom

Toca o telefone, é minha mãe, avisando que Bruno finalmente decidiu sair do aconchego da barriga de Lu, para que pudéssemos descobrir a carinha linda dele. A tia, e madrinha, que mora longe, e só vai ver seu rostinho cor de rosa minutos depois (graças à tecnologia), cai no choro...
Mas é evidente que não é do meu choro, tão óbvio, que eu quero contar! É do chorinho dele, ao fundo, no telefone. Um barulhinho gostoso, doce. A coisa mais linda que eu já ouvi. Melhor do que música de Chico e Tom.
Seja bem-vindo, meu amor.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Os que FICAM

Há dez anos, eu chorava tanto, tanto, ao pensar que logo sairia do colégio e nunca mais teria aquele convívio diário com meus amigos tãããoo queridos, que eram simplesmente tudo para mim...
Hoje eu sinto saudades ao lembrar daquele tempo: os amigos, as viagens, as brincadeiras, a bagunça. E lembro de muitos amigos com carinho. Sou mesmo capaz de relembrar conversas inteiras, confidências, reviver tudo na minha memória. Com a maioria deles, já não tenho contato. Não sei se estão felizes, se casaram, se mudaram de cidade (como eu mudei). À exceção, é claro, dos meus grandes amigos que FICARAM na minha vida. Com eles, converso com freqüência, sei de seus sonhos, segredos, conquistas. Estamos juntos, e não há nada que possa mudar isso.
O mesmo processo se repetiu a cada despedida... A vida é exatamente assim: sempre há os que a gente esquece, há os que deixam saudades e há os que FICAM. Hoje, eu estou novamente num momento de mudanças, de buscar outro caminho, ir em frente... E confesso que estou sofrendo de saudades antecipadas de alguns, tão queridos! E desejando fortemente que outros, mais queridos ainda, FIQUEM comigo. PARA SEMPRE.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

As melhores coisas do mundo

Vi na Internet que o filme As melhores coisas do mundo foi o grande vencedor do CinePE, com oito prêmios. Também, um filme com esse nome já dá vontade de assistir, né?
Fico pensando como eles conseguiram reunir as melhores coisas do mundo e levar para a telona... Como conseguiram filmar minhas irmãs, meus pais, meus amigos - só os melhores! Ouvi dizer que meu sobrinho aparece logo no início, imitando um Leão, seguido da minha irmãzinha Clara, passando batom muitas e muitas vezes. Uma das cenas mostra a minha cidade, o Recife, como era na época da minha infância. Nela, apareço brincando com meus primos. E, é claro, Brasília também tem seu destaque. O céu de Brasília!! O filme tem pôr-do-sol, lua cheia, arco-íris! Isso tudo sem falar no banho de mar em Porto de Galinhas. Como o filme, claro, é em 3D, é possível sentir o gosto da água salgada na boca e os olhos ardendo... E, se são as melhores coisas, algumas cenas trazem muitos chocolates, brigadeiros, petit gateaus... E nós podemos sentir o gosto de cada coisa (no filme, não há espaço para a minha intolerância à lactose). A trilha sonora escolhida, então, dispensa comentários. Só os melhores: Chico Buarque, Tom Jobim, Vinícius de Moraes... Eu devo concordar que esse filme merece mesmo todos os prêmios, é sensacional!
Ah, e eu posso contar o final? Posso mesmo ou vai estragar a surpresa?? Então tá, aí vai: como não poderia deixar de ser, o filme As melhores coisas do mundo encerra com um beijo do meu amor, o melhor de todos...
E a surpresa é que as letrinhas não sobem nunca, os créditos não aparecem. A cena do beijo não termina... Assim, as melhores coisas do mundo podem durar para sempre!

domingo, 7 de março de 2010

Eu choro...

Entre meus amigos mais próximos, eu tenho a fama - nada injusta - de ser chorona. Algumas pessoas não conhecem esse meu lado... Talvez porque eu esteja sempre sorrindo. É difícil alguém me ver realmente séria. Gosto de brincar, me divertir. Normalmente, passo o dia inteiro sorrindo.
Mas, desde sempre, eu choro por qualquer motivo. E, até com certa freqüência, por motivo nenhum. Filmes, novelas, livros, histórias me emocionam. Artigos em jornal, notícias na TV, mensagens bonitas por e-mail... Tudo isso me leva às lágrimas. Uma vez minha amiga brincou: você chora até em comercial de margarina! Bem, de margarina não... Mas devo confessar que já me emocionei sim com algumas propagandas na televisão.
Outro dia, estava no avião lendo o livro O Pequeno Médico, uma história linda - e tristíssima... Pois minhas lágrimas e soluços eram tantos que todos a minha volta me olhavam espantados. Tive que interromper a leitura e explicar que não era nada, que apenas estava emocionada com o livro.
Devo dizer que não gosto de ser assim. Choro porque não passei em uma prova. Ou porque a vizinha grita com o sobrinho. Porque o Haiti tremeu. Porque o Chile tremeu. Choro com programas de televisão que exploram o sofrimento alheio...

Choro de pena, de culpa, de dor, de preocupação, de saudades. E choro pelas mínimas briguinhas, pequenos (e grandes) desentendimentos.
Se alguma pessoa querida está sofrendo, eu vou às lágrimas junto com ela. Se está feliz, choro de felicidade também. Não posso ir a um casamento sem levar comigo um monte de lenços de papel - não faz a mínima diferença se eu não conhecer os noivos...
Acho que, de uma forma geral, para mim, as emoções são sempre muito fortes. Se alguém me fizer um pequeno agrado, me traz uma alegria enorme. Ao mesmo tempo, se uma pessoa me faz um mal bem pequenininho, o meu sofrimento terá uma proporção gigante... Minha raiva, embora sempre passageira, também costuma ser bem forte.
Enfim, o importante é que eu sou, sem sombra de dúvidas, uma pessoa muito feliz, de verdade. A parte chata, no entanto, é que isso não me torna menos chorona.
É meio complicado... Nunca consegui entender o motivo de ser tão "à flor da pele" assim. Mas, um dia desses, li uma frase do poeta russo MAIAkovski, que diz assim: "nos demais, todo mundo sabe, o coração tem moradia certa, fica bem aqui no meio do peito, mas comigo a anatomia ficou louca, sou todo coração." É claro! Só pode ser isso! Assim como o meu "xará", eu também sou TODA CORAÇÃO.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Minha vizinha e o pequeno anjo...

Bom, atendendo aos pedidos das minhas três leitoras, que valem por três mil, decidi aproveitar esta quarta-feira de cinzas em que a minha chefe me liberou do tronco, para voltar a escrever - mais uma vez. Não, não vou contar do meu carnaval...
Até porque a pessoa sobre quem eu vou falar “odeia carnaval”. Aliás, acho difícil imaginar algo que a minha vizinha histérica não odeie. Odeia a Internet, odeia dar banho no enteado... Odeia o próprio enteado e até o marido. Não, eu não a conheço, não sei sequer seu nome, só sei do que não gosta. Preferia não saber, mas ela não me deixa nenhuma escolha.
Pelo menos uma vez na semana, ela atualiza a vizinhança sobre os seus ódios com gritos estridentes que nos levam sempre às janelas do edifício. A cena se repete: nos entreolhamos como se confidenciássemos uns aos outros nossos desejos de não saber aquelas coisas, não ouvir frases tão duras, o desejo íntimo de que ela se cale logo. E que se mude, levando todo seu ódio para qualquer outro lugar.
Eu penso sobretudo na criança, um menino. Como não o conheço e não sei seu nome e sua idade, simplesmente o imagino com uma carinha de anjo... Me sinto culpada por não tomar nenhuma iniciativa. Não bater naquela porta e salvá-lo de todo aquele ódio! No meu íntimo, eu apenas peço a Deus que o proteja. E, bem secretamente, desejo que o pequeno anjo seja surdo.