quarta-feira, 30 de abril de 2008

Privada japonesa

Uma grande amiga minha acaba de chegar do Japão e, é claro, promovemos aquela reuniãozinha básica para vermos as fotos e ouvirmos as histórias daquele mundo tão distante. Cada foto, uma história diferente. De repente, aparece um objeto que mereceu não apenas uma foto, mas um videozinho básico produzido pela viajante: uma privada! Alguns minutos (talvez eu esteja exagerando...) de pura tecnologia. Fora o fato de a descarga ser ativada por um sensor instalado na porta, a bendita ainda conta com diversos botões. Entre eles, um foi especialmente pensado para as épocas frias: aquecedor de assento. Outro, ilustrado com uma nota musical, quando acionado, responde produzindo um barulho semelhante ao de uma descarga. Só o barulho. Minha amiga, lógico, não entendeu qual a função daquilo e ao questionar a mocinha de olhos puxados, ouviu que serve para “evitar que as mulheres fiquem constrangidas com o barulho que elas fazem no banheiro”. Ela até explicou que antes as mulheres costumavam usar a própria descarga com esse fim, o que acabava desperdiçando bastante água. Interessante, não? Quanta tecnologia para uma privada só! E, então, eu fiquei pensando “cá comigo”: devem ser um bando de cagões mesmo esses japoneses...

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Crise dos 25

Meu aniversário está chegando e só outro dia é que veio cair a minha ficha de que vou fazer 25 anos. Isso mesmo: um quarto de século! Entrei numa crise psicológica. O pior é que não posso compartilhar meus dramas pessoais com ninguém porque, como as pessoas com quem eu convivo são quase todas mais velhas que eu, todo mundo me considera sempre novíssima, praticamente “o bebê da turma”. Ou seja, se falo na minha nova crise, todos dão risada, e acham mesmo que é brincadeira. Mas não é.
Lembro que nos meus tempos de colégio, eu sempre pensei que aos 25 anos eu seria uma jornalista super-requisitada, falaria várias línguas, seria correspondente internacional de algum jornal importante na Europa e, seguramente, estaria casada com um europeu (chiquérrimo)! Ou então, teria virado uma diplomata bon vivant, tal qual Vinícius de Moraes.
Devo confessar que nada disso aconteceu comigo, meus sonhos diluíram-se nesses anos e agora eu me vejo sonhando com uma tal de “estabilidade financeira”, coisa que, naquela época, eu nunca tinha ouvido falar.
Acho que crescer é um pouco frustrante. Seus sonhos acabam, necessariamente, transformado-se em “projetos”. E tornam-se bem mais palpáveis, porém muito menos interessantes.
A parte boa disso tudo é saber que, aos 25 anos: eu continuo tendo o colo dos meus pais em qualquer situação; os meus amigos não mudaram, são os mesmos de sempre (e os melhores do mundo); e que o meu namoradinho brasileiro é muito mais chique e mais maravilhoso do que qualquer outro, seja europeu, americano, australiano, japonês,...

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Tô me guardando pra quando o carnaval chegar

“Eu to só vendo, sabendo, sentindo, escutando
E não posso falar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar”
(Chico Buarque)

Ando quieta. Há quem pense, por isso, que se acabaram as minhas palavras, as minhas forças, a minha razão. Há quem pense até que eu perdi e que reconheci a derrota. Mas, pelo que sei, o silêncio é mais comumente atribuído aos grandes, aos inteligentes, aos vencedores - pelo menos naquelas frases óbvias que repetimos sem saber sequer se a autoria é mesmo de quem pensamos que é. Isso nem importa mais. Parece que o silêncio agora se transformou em demonstração de fraqueza. Bem, é isso o que pensam alguns. Uns poucos, é bem verdade. A maioria sabe, ou pelo menos supõe, que eu estou mesmo: só vendo, sabendo, sentindo, escutando... E me guardando para quando o carnaval chegar!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

É, eu aprendi...

De cada vivência, devemos tirar um aprendizado. Dia desses, eu acabei, sem querer, aprendendo uma porção de coisas.
Aprendi como uma pessoa pode ser influenciada por outras, e também por sua própria insegurança. E como uma pessoa pode tornar-se amarga de repente.
Aprendi que não devemos assumir um trabalho se não tivermos competência técnica e emocional para realizá-lo.
Aprendi que o desespero cega as pessoas.
Aprendi que, por mais lógico que algo nos pareça, podemos estar completamente enganados. E que, ao julgarmos alguém, devemos sempre levar em consideração essa possibilidade. Especialmente se gostamos dessa pessoa. Mais ainda: se essa pessoa gosta da gente.
Aprendi que ouvir palavras duras doe no coração. Se, além de duras, forem falsas, elas machucam a alma.
E eu que sempre achei que aprender coisas novas fosse algo gratificante... Sinceramente, esses aprendizados só me fizeram sofrer. Eu preferia não ter tomado conhecimento dessas coisas nunca!
Mas, pensando pelo lado Poliana, isso tudo teve um lado bom. Eu VOLTEI A ESCREVER mais uma vez.