domingo, 7 de março de 2010

Eu choro...

Entre meus amigos mais próximos, eu tenho a fama - nada injusta - de ser chorona. Algumas pessoas não conhecem esse meu lado... Talvez porque eu esteja sempre sorrindo. É difícil alguém me ver realmente séria. Gosto de brincar, me divertir. Normalmente, passo o dia inteiro sorrindo.
Mas, desde sempre, eu choro por qualquer motivo. E, até com certa freqüência, por motivo nenhum. Filmes, novelas, livros, histórias me emocionam. Artigos em jornal, notícias na TV, mensagens bonitas por e-mail... Tudo isso me leva às lágrimas. Uma vez minha amiga brincou: você chora até em comercial de margarina! Bem, de margarina não... Mas devo confessar que já me emocionei sim com algumas propagandas na televisão.
Outro dia, estava no avião lendo o livro O Pequeno Médico, uma história linda - e tristíssima... Pois minhas lágrimas e soluços eram tantos que todos a minha volta me olhavam espantados. Tive que interromper a leitura e explicar que não era nada, que apenas estava emocionada com o livro.
Devo dizer que não gosto de ser assim. Choro porque não passei em uma prova. Ou porque a vizinha grita com o sobrinho. Porque o Haiti tremeu. Porque o Chile tremeu. Choro com programas de televisão que exploram o sofrimento alheio...

Choro de pena, de culpa, de dor, de preocupação, de saudades. E choro pelas mínimas briguinhas, pequenos (e grandes) desentendimentos.
Se alguma pessoa querida está sofrendo, eu vou às lágrimas junto com ela. Se está feliz, choro de felicidade também. Não posso ir a um casamento sem levar comigo um monte de lenços de papel - não faz a mínima diferença se eu não conhecer os noivos...
Acho que, de uma forma geral, para mim, as emoções são sempre muito fortes. Se alguém me fizer um pequeno agrado, me traz uma alegria enorme. Ao mesmo tempo, se uma pessoa me faz um mal bem pequenininho, o meu sofrimento terá uma proporção gigante... Minha raiva, embora sempre passageira, também costuma ser bem forte.
Enfim, o importante é que eu sou, sem sombra de dúvidas, uma pessoa muito feliz, de verdade. A parte chata, no entanto, é que isso não me torna menos chorona.
É meio complicado... Nunca consegui entender o motivo de ser tão "à flor da pele" assim. Mas, um dia desses, li uma frase do poeta russo MAIAkovski, que diz assim: "nos demais, todo mundo sabe, o coração tem moradia certa, fica bem aqui no meio do peito, mas comigo a anatomia ficou louca, sou todo coração." É claro! Só pode ser isso! Assim como o meu "xará", eu também sou TODA CORAÇÃO.