quinta-feira, 15 de maio de 2008

Companheiros e companheiras...

Quase toda semana tem manifestação sindical na Esplanada, bem em frente ao meu trabalho. Aparece de tudo: trabalhadores rurais, sem-terra, sem-teto, sem-ter-o-que-fazer... Eu não tenho nada contra o que uma amiga minha chamou de “turismo engajado” desse pessoal, afinal quem é que iria perder uma boquinha dessas de passear na capital federal com tudo pago (só não sei de onde vem o dinheiro, e nem quero saber)? O problema é que, para justificar o passeio, eles têm que reclamar. Botar a boca no trombone, literalmente. Alugam um carro de som (outra vez: não sei com que dinheiro) e, quando não colocam a mesma música brega tocando o dia todo, eles pegam o microfone e começam a gritar. E passamos o dia INTEIRO com esse maravilhoso fundo musical... Você escreve texto, responde e-mail, organiza projetos, participa de reuniões, tudo ouvindo as maravilhosas frases que, invariavelmente começam assim: “companheiros e companheiras...” Lá pelas tantas, bate uma dor de cabeça enorme, e os companheiros não desanimam, afinal, “a luta continua”. Mas o pior mesmo são as pérolas que nós, trabalhadores, que estamos ganhando o nosso “pão de cada dia” sem incomodar ninguém, somos obrigados a ouvir. Ontem um dos companheiros se empolgou: “a gente pode ser preso se falar que é contra gays, ou seja, companheiros, vivemos numa ditadura homessexual”. Longe de mim, muito longe, defender uma volta à ditadura, mas, cá entre nós, tem horas em que a democracia chega a ser ridícula.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Nota da blogueira

Estou feliz porque coloquei um contador de visitas no blog. Assim, na ausência de comentários, poderei saber se ainda me resta algum leitor. Vai ser bom, mas para mim nada substitui um comentário.

É, Dudinha, não precisava mesmo. Você tem razão.

Todo mundo tem uma opinião para dar sobre o caso Isabella Nardoni. Minha priminha Duda, que nem completou quatro anos ainda, também tem. Ontem ela estava brincando com a minha mãe e, de repente, perguntou: “sabia que o pai jogou a menininha fora?” E, sem deixar a minha mãe responder, Duda continuou: “É, mas não precisava. Ele podia só ter dito minha filha, vá para o seu quarto e fique lá pensando...

sábado, 10 de maio de 2008

Se eu soubesse!

Mais uma de empregada. Dessa vez sobre a Silvia, uma senhora que trabalhava na casa de uma amiga - mas que pediu demissão quando a família se mudou para o trigésimo andar, pois tinha medo de altura. Eis que ela adorava fazer uma “fezinha” no jogo do bicho. No dia seguinte, ela corria para ver o resultado do sorteio no jornal do patrão. Como nunca ganhava, ela ficava repetindo, inconformada: “Deu coelho (exemplo). Poxa, se eu soubesse! Se eu soubesse!”

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Eficiente

Um dia a empregada do meu tio avô chegou para trabalhar furiosa. Ao perceber o mau-humor da moça, o patrão quis saber a razão de tanta raiva. Logo, ela explicou: sabe o que é, seu André?! É que eu não agüento mais essas filas de banco, de ônibus, de supermercado. E, para piorar, sempre chega um eficiente e passa na minha frente!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Deus dá o frio conforme o cobertor

Quando eu era pequena, pedia sempre à minha mãe que jurasse que não morreria nunca. Hoje eu não peço mais, mas sigo com o mesmo sentimento. Meu maior medo é sempre o da morte das pessoas que eu amo. Tenho medo de um dia, subitamente, a morte me roubar essas pessoas importantes para sempre. Me assusta isso na morte: um dia, a pessoa está aqui e, de repente, ela vai embora para sempre. E não tem mais jeito, e nem adianta choro ou vela! Não, graças a Deus, eu não perdi ninguém, mas é que acabei de ter notícias da morte de uma criança de um ano e pouco - prima de uma amiga - e isso, é claro, mexeu comigo. Se eu choro até com o falso sofrimento dos personagens da novela das seis, não poderia ser diferente na vida real. Não conheci a pequena, nunca vi. Mas tenho certeza que era linda e especial, como são todas, e também que era a coisa mais importante na vida de todos em sua volta. Como dizem que Deus dá o frio conforme o cobertor, rezo para que o cobertor dessa família seja o mais quente que houver.