terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Camila Pitanga

Eu nem acreditei quando vi no comercial que Camila Pitanga ia cantar no especial de Roberto Carlos. Tudo bem que ela é linda, maravilhosa, e que arrasou este ano interpretando a personagem Bebel, na novela global Paraíso Tropical. Mas daí a cantar? Achei, claro, que ela pagaria o maior mico. Cheguei a sentir pena... Que nada. Além de tudo, a mulher ainda é afinada. Deu um show!
Imagino, então, que ela deve ter um chulé insuportável... Só pode ser. Ninguém é tão perfeitinha assim.

(e, depois de elogiar tanto assim uma mulher, eu me imagino terminando o texto como o personagem do Casseta&Planeta, "mas eu não sou gay, eu não sou gay!!!")

Para as minhas amigas de infância

Tenho um grupo de amigas de infância e, cá entre nós, só quem cultiva amizades de infância pode entender o que isso significa.
Outro dia, faleceu a avó de uma de nós. Rapidamente, todas nos falamos por telefone. As que estavam na cidade, como eu, rapidamente fomos encontrá-la - as outras, acompanharam tudo por telefone, angustiadas por não estarem presente.
Nenhuma de nós ficou surpresa ao nos encontrarmos lá, pois todas sabíamos que as outras também estariam ali. E todas choramos, abraçadas, tomando para a gente um pouquinho daquela dor, com esperanças de amenizar o sofrimento daquela nossa amiga.
Mas eu não quero falar sobre dor e sofrimento, e sim sobre a amizade. Sei que existem vários tipos de amizade, mas sei também que poucos conhecem o significado dessa palavra tão bem quanto eu conheço. E conheço porque vivencio há muitos e muitos anos.
Para mim, a amizade está intimamente ligada à certeza - sei que já falei isso outras vezes, já escrevi em algum lugar, mas não sei exatamente onde. Muitos têm amigos, mas, infelizmente, poucos já experimentaram a certeza que eu sinto em relação a essas amigas. Tenho certeza que elas estarão comigo em qualquer lugar, em qualquer circunstância, sobretudo nos momentos difíceis. Quem não conhece a história do soldado que, desobedecendo à ordem do comandante, voltou ao campo de batalha para salvar um amigo? Quando o encontrou, ouviu a frase "tinha certeza que você viria". É dessa certeza que eu falo. Eu tenho certeza que elas irão sempre vir para mim, e eu sempre irei para elas...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A incoerência do sistema de ensino brasileiro

Sou radicalmente contra a universidade pública. Essa é uma das minhas opiniões que, frequentemente, choca as pessoas. Muitos me acusam e chegam, imaginem só, a insinuar que se trata de um grande despeito, por não ter sido boa o suficiente para passar no vestibular da Universidade Federal de Pernambuco. Acho engraçado um pensamento tão idiota desses. Não me incomodo que fiquem chocados com meus discursos e tampouco que me acusem por eu não concordar com a "garantia"desse direito. Não se trata de uma idéia que tive de repente. Eu não acordei um dia e pensei "a partir de hoje serei contra". Foi uma conclusão depois de acompanhar vários debates, estudar, ler sobre o tema.
Antes que pense o leitor que não valorizo a educação pública, é bom que eu esclareça que sou RADICALMENTE a favor da educação básica de qualidade para todos. Sinceramente, alguém ficou chocado com o o resultado da pesquisa publicada recentemente que aponta o Brasil como um dos últimos em educação, entre todos os países pesquisados? Existe alguém tão "inocente" assim?
Além de todo o desinteresse político (o que já é assunto para outra crônica) para que a quase utópica educação pública de qualidade seja alcançada no Brasil, também falta muito recurso financeiro. Aí é que está o meu ponto! Certamente vocês sabem que os alunos de escola pública não chegam às universidades... Então, o governo gasta quantias enormes para manter universidades públicas que não são para todos, são para os que puderam pagar os melhores colégios. O governo priva o estudante de um bom ensino a vida toda, e, no final, exije que ele seja o melhor para ter o direito de cursar uma universidade??! Eu não sei quem ainda acha que isso pode dar certo! Aliás, o Brasil é, salvo engano, o único país do mundo com esse modelo de sistema educacional...
Se não dá para fazer tudo, é uma questão de escolha: vamos começar priorizando a educação básica e parando de gastar para oferecer um diploma àqueles que podem pagar por ele, porque já passaram a vida comprando uma boa educação! Já que no capitalismo não se pode falar em igualdade de direitos, vamos falar em igualdade de oportunidades.
Há alguns meses, alunos de uma das mais importantes universidades brasileiras fizeram uma greve por questões políticas e depredaram o patrimônio público. Incendiaram materiais e infra-estrutura, o que tanto falta nas escolas primárias...
Esse é um tema sobre o qual eu escreveria páginas e páginas! Mas vou finalizar apenas lamentando o fato de que, no Brasil, a educação de qualidade para todos seja algo ainda inatingível. Se é educação de qualidade, não é para todos. E, se é para todos, não é de qualidade.
Por favor, vamos valorizar as crianças e a educação básica!! Um dia, quem sabe, quando tivermos condições para isso, e quando os estudantes de escolas públicas tiverem condições de concorrer, nós poderíamos voltar a falar sobre universidade pública.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

É de família

Eu sempre fui muito distraída. Se eu chegava em casa e tinham trocado o sofá de lugar, ou mesmo por outro, eu nem reparava. Minha mãe mudava a cor da parede e eu nem me dava conta. Quando criança, eu vivia perdendo documentos, chaves e até mesmo dinheiro. Além disso, de vez em quando, ia para o colégio sem um material importante e ligava implorando para a minha mãe levar para mim, para que eu pudesse participar da atividade na classe. Afinal, esquecimento não tem nada a ver com falta de comprometimento e/ou desinteresse. Claro que esses problemas foram reduzidos significativamente com a idade, mas vez por outra ainda faço os outros rirem com as minhas distrações. Um amigo do colégio dizia que eu vivia "no mundo da Lua". Acho que ele tinha razão. Eu era campeã em ir para a praia e esquecer de levar o biquini, ou ir para um show e deixar o ingresso em casa.
Atualmente, se alguém pede que eu vá buscar algo num armário ou numa mesa qualquer, eu ainda fico nervosa... Tenho medo de não encontrar. E nunca encontro. Aí bate um desespero porque sempre tenho a certeza de que o tal objeto está no local mais evidente, só eu não consigo enxergar. Quando o encontro, sinto um alívio tão grande que é quase um prazer. É como se eu dissesse a mim mesma: "viu como eu não sou tão desligada? Eu encontrei!!!!". É uma vitória pessoal, um banho de auto-estima (risos).
Bom, mas o que eu quero deixar claro aqui é que a minha distração se trata de uma questão genética. A minha mãe é do mesmo jeito. E, com o passar dos anos, parece que a coisa está piorando (acontecerá o mesmo comigo, no futuro?). De vez em quando, ela apronta uma "das boas". Até um envelope com dolares ela já jogou no lixo - eu juro! E o detalhe: eles eram meus...
Na semana passada, aconteceu mais um caso interessante. A minha mãe foi buscar o meu tio no aeroporto. Ela foi para a frente de um portão de desenbarque e ele chegou por outro. Esperaram por mais de uma hora e nenhum teve a "brilhante" idéia de andar até o outro portão ou telefonar (celular existe para isso, eu acho). Até que a minha mãe me ligou e eu sugeri que ela conferisse o local de desembarque indicado para o vôo do meu tio. Sob protestos (é claro, segundo ela mesma, que ela estava no lugar certo!), ela conferiu e viu que eu estava com a razão. Passou um tempo e chegaram os dois, num riso só. Ainda bem que o senso de humor também é de família.
Bom... Mas depois minha mãe ainda diz por aí que não sabe a quem eu puxei "essa demência toda". A quem terá sido?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Hoje eu recebi uma carta, por e-mail

Estudando os gêneros discursivos, li que o e-mail é a carta dos nossos dias, e não concordei. Recebo dezenas de e-mails por dia, quase sempre com menos de dez linhas, 90% sobre o trabalho. Os outros dez por cento são dos amigos e dividem-se em duas categorias: os encaminhados - que eu já não tenho tempo para ler, e os curtíssimos, agendando encontros, ou contando alguma novidade (sem os detalhes).
Que me desculpem a "turma" da análise do discurso, mas isso, para mim, não tem nada a ver com carta. E olhem que de carta eu entendo, coisa que meus amigos de infância podem confirmar. Passei a infância e a adolescência escrevendo cartas (escrevendo mesmo, e não digitando) para meus amigos e amores, muitas das quais jamais entreguei. Lembro que usava canetas coloridas, recortes de revista, adesivos: tudo que pudesse colocar um pouquinho do meu sentimento ali. As pessoas não escrevem mais cartas… Não têm mais tempo. Já ouvi que tudo o que é importante pode ser dito em três palavras. Dito, talvez. Descrito, jamais.
Bom, mas hoje eu recebi uma carta linda. Não, nada de adesivo ou canetas coloridas, nada de letra caprichada. A minha cartinha não precisou de selo, veio por e-mail. E, apesar disso, podem acreditar, foi uma carta de verdade, com muito sentimento e que me fez sentir uma saudade enorme.
Uma cartinha que chegou rapidinho de Lisboa para Brasília, sem escalas. Esse é um bom exemplo onde a tecnologia foi usada para amenizar (não deu para matá-la) a saudade, e que fez as palavras do meu amigo chegarem logo até mim, sem, com isso, transformar a minha carta num e-mail de cinco linhas, sem graça, sem gosto, sem vida.
Hoje eu entendi como a tecnologia transformou a carta em um e-mail, e como as pessoas transformaram o e-mail em uma coisa completamente diferente.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Cadê o natal?

Este ano, dezembro começou bem diferente. Pelo menos, para mim. Nada de “então é natal”. Nada de balanço do ano que passou... Dessa vez, ele nem passou ainda. Muito trabalho para terminar, muita correria, monografia para entregar, nenhuma confraternização com os amigos, nenhum presente de amigo secreto para comprar. Nada de espírito natalino. Nada de pessoas mais sorridentes e solidárias. A Rede Globo ainda nem anunciou os especiais de fim de ano. A cidade não está enfeitada, nem os shoppings, imaginem!! Ou será que estão? Não sei, nem reparei.
Está demorando tanto para ouvirmos a Simone cantando músicas natalinas nas rádios esse ano, que eu tenho lembrado do Grinch com uma certa freqüência... Sabem o Grinch, né?! Sabem sim, só não estão ligando o nome à pessoa: é aquela criaturinha verde que simplesmente odeia o natal e faz de tudo para impedir que ele aconteça. Depois do filme estrelado por Jim Cary, todo mundo passou a conhecê-lo. Eu tenho que dizer que prefiro (e recomendo) o desenho animado, lançado em 1996. Na verdade, a estória (ouvi dizer que não se usa mais estória, agora tudo é história, não importa se é verídico ou não. Não sei se isso é verdade ou se é estória.) trata-se de um clássico infantil do Dr. Seuss, escrito na década de 50.
Enfim, ultimamente, tenho suspeitado que, após a sua frustrada tentativa de acabar com o natal lá na terra dele, o Grinch mudou-se para Brasília, com esperanças de ter sucesso por aqui... E, pensando bem, como aqui no Brasil se consegue tudo – absolutamente tudo! - com um “jeitinho”, dessa vez é provável que ele termine vitorioso.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Feliz Ano Velho

Ontem, na livraria, me deparei com uma nova edição do livro Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva. Morri de saudades. Tentei lembrar onde anda o meu exemplar que há muitos anos li e reli apaixonadamente. Não sei onde foi parar. Fiquei triste.
Em primeiro lugar quero esclarecer que não sou uma completa desarrumada que vive perdendo tudo por aí. E, em segundo lugar e não menos importante: também não sou o que se pode chamar de uma pessoa apegada às coisas materiais.
O fato é que tem coisas que realmente são valiosas para mim, não pelo preço que custaram, mas por um valor sentimental incalculável. Amo meus livros porque com eles aprendo, descubro, cresço, me transformo em outra pessoa - melhor ou pior, vai saber. Amo minhas caixinhas cheias de cartas e pedaços de cadernos que fizeram parte das minhas primeiras descobertas amorosas e da construção de grandes amizades. Amo minha casinha porque ela é o meu cantinho no mundo. Amo os meus CDs porque eu não sei viver sem escutá-los infinitas vezes.
Sou tipo de pessoa que detesta ouvir a frase: "você me empresta esse livro?" ou, mais comum: "posso levar esse CD para copiar?". Ai, ai, ai... Às vezes, eu acabo não conseguindo negar e empresto. Passo dias ansiosa para que me devolvam logo o "valioso" item da minha coleção.
O pior de tudo é que a maioria nem está tão interessada assim naquilo que pede. Já teve gente que me pediu livro emprestado e esqueceu na prateleira... PARA SEMPRE (grande interesse, hein?). E eu fico sempre tentando encontrar a maneira mais delicada de pedir de volta - como se eu fosse a inconveniente da história!
Lembro de Chico: "devolva o Neruda que você me tomou, e nunca leu!". O "e nunca leu" sempre me pareceu muito doloroso. Vejam a gravidade: alguém te toma algo que você simplesmente adora e não tem sequer o interesse de ler! É definitivamente imperdoável.
Devo confessar que não lembro se emprestei o meu Feliz Ano Velho para alguém... Provavelmente sim, para alguém que me tomou e nunca leu.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Quem não pede perdão não é nunca perdoado

Ontem uma amiga recebeu flores e todo mundo quis saber quem havia mandado. Logo pensaram que se tratava de um pretendente a namorado, é claro! Eu e todos os curiosos da sala esperamos ansiosos ela abrir o cartão e revelar: foi o fulano! Pronto, foi uma decepção generalizada. Não, nenhum paquera ou namorado. Foi um "mero" amigo, conhecido de todos nós, com quem ela tinha se desentendido na semana passada.
Eu, no entanto, fiquei ainda mais encantada com a situação... Sempre achei bonito gente que sabe pedir desculpas, sabe reconhecer um erro, uma mancada diante de alguém que é importante para a gente. Todo mundo pisa na bola às vezes, mas pouca gente sabe admitir isso. Para a maioria, é como se uma confissão de que não é perfeito o fizesse um ser menor. Acho lindo quem admite que agiu por um impulso, que disse ou fez coisas das quais se arrepende, que gostaria de voltar atrás. Considero, ao contrário, que se trata de um ato de grandeza e, por isso mesmo, reservado às maiores e melhores pessoas.
É claro que, antes disso, é preciso arrepender-se de verdade. Mas acho importante pedir, mesmo que indiretamente, pois, como diriam Tom e Vinícius: "Quem não pede perdão não é nunca perdoado".
Mas perdoar alguém também não é nada fácil. Falar que perdôou até é, mas quem disse que uma palavra, um cartão, umas flores são capazes de apagar a ferida que aquela pessoa deixou em nós? Se fosse assim, a vida seria simples. Os relacionamentos jamais acabariam. Perdoar é uma das coisas mais complicadas da vida e algo que não se ensina. Até porque não depende de uma decisão voluntária. Tem gente que a gente adora, que quer perdoar, mas que simplesmente não consegue. Pelo menos, não naquele momento, pois a ferida ainda está aberta. Nesses casos, o melhor é esperar a dor passar e torcer para que não fique nenhuma cicatriz no coração...
Agora, meus caros, vocês vão me desculpar (ou não?), mas eu preciso acabar esse texto, pois o sono está enorme e eu já não sei bem o que estou escrevendo... Espero que me perdoem.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Trânsito organizado

Uma coisa interessante em Brasília são as regras e os costumes “locais” de trânsito.
O fato mais corriqueiro por aqui é você chegar ao seu carro e, adivinha? Algum engraçadinho estacionou atrás de você. Tão corriqueiro que nenhum braziliense ou candango resmunga... Simplesmente, vai até o veículo que está empatando o seu direito de ir e vir e dá uma empurradinha. Se ele estiver solto, ótimo. Caso contrário, você entra no seu carro, liga o motor e dá uma buzinadinha, olhando em todas as direções até que veja, uma pessoinha simpática avisando que já está vindo tirar o carro. Que civilizado, não?! É como se houvesse uma regra de boa vizinhança, um acordo tácito: “já que por aqui há poucas vagas de estacionamento, não custa um esperar um pouco pelo outro”.
Isso é uma coisa que eu ainda não engoli. Devem me achar a antipática da cidade, pois eu sempre “fecho a cara” para o cidadão sorridente que corre (nem sempre, alguns não têm tanta pressa...) para tirar o automóvel dali e me libertar!
Conheço alguns revoltadinhos como eu, até mais, pois já fizeram certos estragos em veículos alheios. Eu não chegaria a tanto (por civilidade e não por falta de vontade).
Outra novidade por aqui é que não se pode estacionar ao longo do meio-fio. Mesmo se ele estiver pintado de branco e não houver placa indicando a proibição. Não pode, mas todo mundo pára ali (pelo motivo da já citada falta de vagas) e não acontece nada. Eu parei uma única vez. E, bom, vocês conhecem a Lei de Murphy? Pois é. Uma multinha de presente.
Continuando: quem conhece Brasília sabe da existência dos famosos “pardais”, e quem pensa que estou falando de passarinho, está bastante enganado. O pardal é uma câmera fotográfica que fica ali esperando alguém ultrapassar a velocidade permitida e flash! Lascar uma multa no apressadinho. Atualmente, no entanto, acho que ninguém leva mais essa indesejada surpresa. Não que alguém respeite os limites de velocidade... Com exceção do meu namorado, ninguém faz isso por aqui. O que acontece é que todo mundo já sabe onde eles (os pardais) estão... Então, é só frear um pouco antes de cada um deles. É outra regrinha subentendida que todos nessa cidade devem respeitar. Desse modo, ninguém é pego de surpresa por uma freada repentina do motorista à sua frente. Quando está chegando perto de um passarinho daqueles, todos os contraventores freiam juntos, quase como se fosse uma coreografia ensaiada várias vezes, como aquelas das gêmeas do nado sincronizado... É lindo!
Tudo nessa cidade é muito organizado.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

O maior da América Latina!

Não sei se é verdade, mas ouvi dizer que, certa vez, alguém perguntou ao senador Cristóvão Buarque se era verdade que ele, que construiu sua vida política no Distrito Federal, era mesmo pernambucano. O senador teria olhado para o alguém em questão com uma cara bastante recriminatória. Depois, teria cochichado “não fala isso alto, você não sabe que eu não gosto de humilhar as outras pessoas?”.
Pois é, queridos conterrâneos, esse é apenas um dos contos sobre o nosso bairrismo, tão famoso na capital federal. Eu, que não fujo à regra, acho que Pernambuco é um lugar maravilhoso (do qual, infelizmente, não souberam cuidar, mas isso já é assunto para uma outra crônica). No entanto, sempre me perguntei de onde vem essa nossa “megalomania”. Temos o maior shopping, o maior carnaval, a maior avenida em linha reta, o maior teatro ao ar livre... Se você é pernambucano e em Brasília, comenta: “outro dia, eu fui ao Shopping Recife...”, algum engraçadinho logo completa: “o maior da América Latina!”
Que bom que temos tudo isso, mas porque essa necessidade de ficar repetindo infinitas vezes? Eu mesma sempre repeti... Será que nos ensinaram isso? Claro! Nossos professores também eram pernambucanos...
Às vezes, eu penso se não se trata de uma necessidade de auto-afirmação nossa. É como se estivéssemos justificando, amenizando a imagem que fazem de nós “nordestinos sofridos”. Seria como se disséssemos: “olha, apesar de sermos nordestinos, é lá em Pernambuco que está o maior shopping, viu?! Está vendo como não somos pobre-coitadinhos?”.
Será que não está na hora de pararmos de nos justificar? De tentarmos mostrar o quanto Pernambuco não é aquele sertão clichê que se aprende nas escolas do Sul-Sudeste-Centro-Oeste do Brasil?
Claro que, como pernambucana que sou (até a alma!), sinto orgulho da minha terra. Mas porque lá existem praias maravilhosas, uma cultura riquíssima, artistas talentosos. E não, em hipótese alguma, porque o nosso shopping (logo aquele que eu não vou nunca) tem alguns metros quadrados a mais do que os de São Paulo. Não é nisso que está o nosso valor!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

"Ih, olha lá, aquela menina que pensa que escreve alguma coisa já está com um blog novo..."

Pois é, gente, esse já é meu quarto blog!!! Não sei quanto tempo vai durar e com qual frequência eu vou escrever aqui, mas o fato é que eu senti saudades!
Devo registrar que dois fatos influenciaram bastante a minha decisão. O primeiro foi eu ter comprado o novo livro do Mario Prata - que é o melhor cronista de todos - e ler coisa boa me faz ter vontade de escrever... O segundo foi uma simples frase de incentivo de uma pessoa que eu quase não conheço, mas que fez a minha vida melhor - é pai do meu melhor amigo.
Então, aqui estou eu, mais uma vez... E aí do outro lado, será que ainda resta algum leitor interessado nas minhas escrivinhações?