quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Reforma da Língua Portuguesa. E eu com isso?

Eu não agüento (eu já falei que não abriria mão dos meus pinguinhos queridos) mais essa arenga sobre a tal reforma da Língua Portuguesa. Foi boa, não foi, era necessária, não era, vai ficar só no papel, não vai... Só se fala nisso. Danousse! Que rolo danado, hein?! Até eu mesma acabei de escrever sobre esse negócio de quererem acabar com o meu treminha adorado... Vôte!!!
Mas eu confesso que já estou ficando virada no molho de coentro com essa leseira toda. Uma amiga minha disse que está torando o aço, achando que essa mudança é de rosca (ou rôsca, não sei)... Também tem gente por aí ficando até zarolho de tanto ler as novas normas, achando massa esse troço de mudança, numa empolgação medonha.
Eu juro: não compreendo a razão desse fuxico de jeito maneira! Na verdade, não vejo motivo algum para esse bafafá todo por aqui. Não conheço uma única pessoa que se comunique usando a Língua de Camões - nem o meu amor, que sabe o que é teratológico e escreve “no que tange” em seus textos...
Claro que é bom conhecer a Língua Portuguesa para compreender a genialidade de Saramago e a sensibilidade de Fernando Pessoa. Do mesmo jeito que é ótimo ler originais de Shakespeare e Miguel de Cervantes. Mas daí a achar que fala Português é demais!
Lembrei-me agora de Chico Buarque, que disse que “as pessoas no Brasil pensam que são brancas”. É, elas pensam mesmo... E, para piorar, elas têm convicção de que falam Português...

Pingos nos us

Sobre a tal reforma da Língua Portuguesa, eu só me importo mesmo com a abolição do trema. Confesso que sempre amei esses pontinhos. Acho que eles deixam qualquer seqüestro mais emocionante e qualquer lingüiça mais saborosa. E também que os cinqüentões ficam muito mais interessantes com o trema! Não, eu não estou preparada para abrir mão dele. Por favor, peço que me deixem, de vez em quando, colocar os pinguinhos nos us! Virem para o outro lado, ignorem, façam de conta que nem perceberam que eles estão ali, tão quietinhos, enfeitando as minhas palavras, sem incomodar ninguém...