quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Só em Brasília...

Há tempos eu queria falar sobre uma coisa que eu acho o máximo em Brasília, um projeto totalmente inovador: o Parada Cultural. Estantes de ferro repletas de livros funcionam como pequenas bibliotecas espalhadas por toda a capital federal... Enquanto espera o transporte coletivo, o cidadão pode ler uma história interessante, e pode também levar o livro emprestado para ler no ônibus ou em casa, tudo sem burocracia ou qualquer registro formal. Nenhum bibliotecário, nenhuma fichinha de controle, nenhuma forma de garantir que o cidadão vá devolver o livro. Mas ele devolve...! Pelo que sei, a grande maioria das pessoas, depois de ler, coloca o livro de volta na estante sim, e escolhe outro, e outro... E sempre volta para devolver.
Me arrisco a dizer que em algumas cidades as estantes-bibliotecas públicas, que não contam com qualquer tipo de fiscalização ou segurança, seriam roubadas, quebradas, queimadas. Em Brasília, isso não acontece. Alguns podem até fazer a triste piada, que eu já ouvi mais de uma vez: "em Brasília, as pessoas preferem queimar os índios". Infelizmente, esse assassinato terrível marcou para sempre a nossa cidade. Mas esse fato não tem a cara de Brasília, amigos. Como também não parece com Brasília a sujeira que existe no Congresso Federal. Brasília não é isso!!!
Brasília é o lugar onde um projeto maravilhoso como o Parada Cultural funciona de verdade. E isso me enche de orgulho. E não pára por aí: em Brasília, só em Brasília mesmo, existe um açougue cultural. Isso mesmo: além de vender "carnes e livros", o açougue ainda promove shows gratuitos. Essa cidade é ou não é o máximo?!!

*gostaria de parabenizar o dono do açougue cultural, que também é o responsável pelo projeto Parada Cultural: Luiz Amorim. Não o conheço, mas posso dizer que o admiro e me sinto grata a ele, por fazer da nossa cidade um lugar melhor.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Brasília: eu vim para ficar

Este mês está fazendo quatro anos que eu cheguei em Brasília. Entre o dia em que eu recebi uma ligação do Ministério da Saúde perguntando se eu queria a vaga e o dia em que entrei no avião, um intervalo de apenas 10 dias. Mas eu não tinha dúvidas do que eu queria. Na mala, muita ansiedade e nenhum medo. Afinal, para quem já tinha morado fora do país por duas vezes, Brasília era "logo ali"....
Pensava eu, ingenuamente, que seria mais uma experiência, que ia ficar só um tempo... Algumas amigas juravam que logo eu acharia que Brasília também era pequena demais para mim, que sempre quis abraçar o mundo inteiro. E eu concordava: "é isso mesmo, eu não sou planta para criar raiz!" Elas riam...
Mas que nada! Me apaixonei irreversivelmente por este lugar. Se antes eu já simpatizava com o Juscelino, virei fã de carteirinha dele! Já vou logo avisando que não adianta alguém querer me fazer mudar de idéia, como tentam alguns, alegando que ele não investiu nada em educação e saúde, por exemplo. Nem me interessa! Para mim, quem fez Brasília, não precisava mesmo fazer mais nada. Minha raiz cresceu e agora vai ser difícil me arrancar daqui...
É claro que morro de saudades "da minha gente", isso eu não posso negar. Mas saudade é também uma coisa boa de sentir, porque nos ensina a aproveitar cada momentinho que a gente tem com as pessoas que a gente ama e de quem tem que viver longe.
Hoje eu sei que mudar para cá foi, sem dúvida alguma, a decisão mais importante e acertada da minha vida. Brasília é especial, sobretudo porque aqui conheci pessoas maravilhosas, que me acolheram. Como se não bastasse, eu sou completamente apaixonada por esse céu maravilhoso, que me faz ver e sentir Deus tão perto... Ver a lua cheia nascer por trás do Congresso Nacional é sempre um presente. Para mim, é como receber um abraço de Papai do Céu.
É claro que minha essência será sempre pernambucana e isso me enche de orgulho, mas se por acaso você me ouvir dizer que morro de amores por "minha terrinha", não tenha tanta certeza assim de que estou falando do Recife...