quarta-feira, 24 de junho de 2009

Aos supremos ministros

Não, senhores ministros, meu diploma não me fez jornalista. Na verdade, acho que nasci jornalista. Um vídeo caseiro em que apareço aos sete anos de idade entrevistando parentes sobre as eleições e dezenas de textos escritos na infância e na adolescência são alguns indícios do que afirmo. No momento de escolher o curso superior, me interessei por outros, mas minhas dúvidas eram sempre em relação ao segundo curso: “não sei se faço jornalismo e letras ou jornalismo e relações internacionais”. Como não passei na universidade pública e as particulares eram caríssimas, tive que escolher apenas um curso e, obviamente, prevaleceu “a profissão dos meus sonhos”.
No curso, aprendi coisas importantes, é claro, embora não muitas... Li em algum lugar (não lembro agora) que “a faculdade de jornalismo forma especialistas em generalidades com vagas noções de técnicas de comunicação”. Acho graça e preciso concordar... É isso mesmo. Recentemente, estudando para concursos, descobri dezenas de teorias de comunicação e técnicas de redação jamais citadas em meu curso. E, só para esclarecer, estudei em uma excelente faculdade, uma das melhores do meu estado! Acredito que todos os cursos de jornalismo (e de outras áreas também) precisam melhorar MUITO... Especialmente em termos de ensino teórico. Não me lembro de ter estudado muito para nenhuma das disciplinas do curso além de economia (numa “manobra” para não precisar ir à universidade aos sábados, acabei escolhendo pagar essa cadeira junto com alunos de outras áreas como administração e contabilidade, com um professor para lá de exigente... acabei dedicando todos os sábados do semestre ao estudo da matéria... No final, parece que deu no mesmo).
No entanto, se o meu curso, de uma forma geral, pouco me acrescentou, digamos, “intelectualmente”, muito eu aprendi em minhas disciplinas práticas. Laboratórios de redação, fotografia, televisão e rádio tomavam grande parte do meu tempo. Reportagens com deadline apertadíssimo, textos desafiadores, entrevistas instigantes, produção de programas de rádio e televisão não me deixavam dormir. O fato de estudar em uma excelente universidade paga me garantia uma grande vantagem: ter à disposição estúdios de alta qualidade e profissionais técnicos que – invariavelmente – davam uma grande ajuda em nossas gravações e edições. Quantas dicas recebi dos cinegrafistas e técnicos de som!
Alguns dirão, então, "mas se é apenas prática, pode-se perfeitamente aprender tudo no mercado de trabalho"! Sim, meus amigos, isto é totalmente possível. Aliás, foi assim que aprenderam grandes nomes do nosso jornalismo, em um tempo onde os cursos superiores nesta área não existiam. Mas é preciso ter em mente que todo aprendiz, que ainda não conhece os caminhos e os artifícios de sua profissão, comete muito mais erros que os profissionais “velhos de guerra”. Todo estudante tem o direito de tentar, ousar, aventurar-se, testar, errar. Errar muito. A faculdade é o nosso laboratório, onde testamos, experimentamos, brincamos de ser jornalistas... É nas salas da universidade que aprendemos a agir como profissionais, a encontrar a melhor forma de contar uma história, a acertar. Com os erros cometidos nos tempos de estudantes, é que entendemos a importância de ouvir sempre todos os envolvidos em determinado fato... É lá que descobrimos o valor de uma fonte. Na faculdade é que se aprende a lidar com o tempo jornalístico sem ser leviano.
Por isso, permitir que um cidadão sem preparo algum excerça a função de jornalista em nosso país, caros ministros, é como não exigir que quem possua uma arma saiba manuseá-la. O despreparado acabará descobrindo como ela funciona... E poderá se tornar um expert. Lamentavelmente, isso só acontecerá depois de graves acidentes.
Mas, infelizmente, os senhores acham que jornalismo é algo menos impactante na vida dos seres humanos de que a medicina e a advocacia. Um médico e um advogado precisam estudar, aprender antes... O jornalista não. Eu acho que vocês estão muito enganados.
Ops, perdão, queridos seres "supremos"! Longe de mim ter a intenção de ofendê-los! Quem eu estou pensando que sou para querer que considerem a minha opinião??? Perdoem-me, por favor!! Afinal, meus queridos ministros, os "supremos" são vocês. Que seja feita a vossa vontade!!! Amém!!!
(E seja o que Deus quiser).

quarta-feira, 3 de junho de 2009

A deusa que virou estrela

Acho que meu nome estava na moda quando eu nasci... Mais ou menos como estão hoje na moda os nomes Maria Eduarda, Maria Clara e João Pedro. O fato é que sempre vivi cercada por Renatas... Nos colégios em que estudei, na faculdade, no trabalho. Por isso, me acostumei a me apresentar sempre pelo nome e sobrenome. Quer saber quem sou? Renata, mas não uma Renata qualquer... Sou Renata Maia. Dificilmente alguém que me conhece não sabe meu sobrenome.
Uma vez, fiz uma viagem no México por toda a rota da civilização Maia e, embora a origem da minha família seja portuguesa, me senti como se, de alguma forma, estivesse conhecendo a história de meus antepassados... Foi emocionante!
Meu melhor amigo me chama simplesmente de Maia e, por causa dele, muitas outras pessoas só me conhecem assim. Alguns amigos dele chegam a pensar que este é meu primeiro nome. Eu me divirto e até gosto dessa situação porque é como se o nome pudesse fortalecer (ainda mais!) a minha ligação com meu pai. Com ele, é assim sempre. Ninguém sabe o primeiro nome dele. É Maia, seu Maia, dr Maia e, para a minha irmãzinha pequena, “papai Maia”.
De uns meses para cá, foi o meu nome Maia que virou moda. É que esse é o nome da Juliana Paes na novela Caminho das Índias... Precisa dizer mais alguma coisa? As crianças querem dançar igual à Maia, querem parecer com a Maia – e as não tão crianças assim querem ter um Raj igual ao da Maia!
Foi numa reportagem que falava justamente sobre a novela que descobri que Maia, na mitologia, é o nome de uma deusa que virou estrela. Não é o máximo isso? Eu, que adoro a noite, a lua e as estrelas, amei essa descoberta! Não, meus amigos, eu não sei se a fonte é fiel e nem chequei a informação. Perguntei a uma amiga, mas ela também nunca tinha ouvido falar nessa história. Aí eu disse a ela “sabe de uma coisa? Nem quero saber se é verdade: hoje à noite eu vou olhar para o céu e descobrir qual delas é a minha xará”. Ao que ela respondeu “ah, isso é fácil, Rê, a Maia é a estrela que estiver sorrindo”. E eu, diante desse comentário fofo, fiquei sem palavras... Chamei a minha amiga de “boba” e saí, sem graça... Mas sorrindo, claro.

Uma forma bonita de sofrer

Hoje eu li uma entrevista com a namorada de uma das vítimas do acidente com o avião da Air France, em que ela dizia que não queria que encontrassem o corpo de seu namorado, porque assim ela poderia ter a esperança de que ele sobreviveu e que vive em alguma ilha perdida no oceano. Ela disse “vou estar sempre com a idéia de que ele pode estar náufrago, em algum lugar que ninguém conhece, quem sabe com uma nativa gostosa, como ele sempre brincava?” Achei lindo de morrer isso.
A maioria das pessoas nessa situação prefere encontrar o corpo, poder realizar um enterro, ter a certeza. Tem gente que diz que, quando não se passa por estas etapas, as pessoas ficam com a vida “parada”, que não conseguem ir em frente... E eu até acredito um pouco nisso. Mas e quem pensa em ir em frente num momento desses?!
Me emocionou o fato de ela não querer ter a certeza. Achei bonito, sincero. Senti mesmo vontade de chorar. Para mim, é como se ela pedisse, implorasse que não cobrem dela que se transforme em uma Angélica, como na música, cantando sempre aquele mesmo arranjo... “eu só queria agasalhar meu anjo, e deixar seu corpo descansar”.
Essa moça escolheu uma forma muito bonita de lidar com o próprio sofrimento... Um sofrimento tão grande que nenhum de nós é capaz de imaginar.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Meu coração é vermelho e branco

Hoje vou falar sobre o meu time. Ele não é o maior, nem o melhor, mas é o mais importante, pelo menos para mim... rsrs É pelo Náutico que o meu coração bate mais forte. Ponto final. Quantas vezes vibrei com meu time e chorei de felicidade! Outras, no entanto, as lágrimas foram de tristeza mesmo, de raiva, e até de revolta. Por ele, sofri onze anos consecutivos sem uma vitória no campeonato estadual (é bom esclarecer que, para os pernambucanos, este campeonato é mais importante do que qualquer competição nacional) e, mais recentemente, há quatro anos, vi meu time passar uma grande humilhação, no jogo que ficou conhecido como “a batalha dos Aflitos”. Torcedora fanática durante muitos anos, hoje me limito a conferir os resultados dos jogos na Internet. Isso me faz sofrer menos quando o time perde. Quando ele ganha, a alegria também é menos intensa, mas não menos verdadeira. O fato é que a minha paixão pelo Náutico acabou e isso aconteceu por escolha minha – devo confessar que me vigio para não me envolver tanto com “ele” outra vez.
Mas meu sentimento não morreu, apenas transformou-se. Em amor. É isso: hoje eu posso falar que amo o Náutico com todo meu coração. Amor de verdade, do tipo que enxerga os defeitos, que sabe das fraquezas, mas que não se deixa de amar por nada disso.
Vivemos agora uma boa fase em que o Náutico está entre os primeiros da tabela do Campeonato Brasileiro, entre os grandes. É como ver seu filho pequeno brigando de igual com meninos muito maiores que ele, entendem? Dá um orgulho danado!
Vibrei ontem com o pênalti cobrado já nos acréscimos, o que garantiu o nosso empate. Viva! Se ele vai continuar lá em cima? Não sei. A única certeza que eu tenho é que, estando no topo, no meio ou na zona de rebaixamento, eu vou continuar amando o meu Timbu. E achando que a nossa torcida é a mais linda e contagiante de todas.