terça-feira, 27 de novembro de 2007

Quem não pede perdão não é nunca perdoado

Ontem uma amiga recebeu flores e todo mundo quis saber quem havia mandado. Logo pensaram que se tratava de um pretendente a namorado, é claro! Eu e todos os curiosos da sala esperamos ansiosos ela abrir o cartão e revelar: foi o fulano! Pronto, foi uma decepção generalizada. Não, nenhum paquera ou namorado. Foi um "mero" amigo, conhecido de todos nós, com quem ela tinha se desentendido na semana passada.
Eu, no entanto, fiquei ainda mais encantada com a situação... Sempre achei bonito gente que sabe pedir desculpas, sabe reconhecer um erro, uma mancada diante de alguém que é importante para a gente. Todo mundo pisa na bola às vezes, mas pouca gente sabe admitir isso. Para a maioria, é como se uma confissão de que não é perfeito o fizesse um ser menor. Acho lindo quem admite que agiu por um impulso, que disse ou fez coisas das quais se arrepende, que gostaria de voltar atrás. Considero, ao contrário, que se trata de um ato de grandeza e, por isso mesmo, reservado às maiores e melhores pessoas.
É claro que, antes disso, é preciso arrepender-se de verdade. Mas acho importante pedir, mesmo que indiretamente, pois, como diriam Tom e Vinícius: "Quem não pede perdão não é nunca perdoado".
Mas perdoar alguém também não é nada fácil. Falar que perdôou até é, mas quem disse que uma palavra, um cartão, umas flores são capazes de apagar a ferida que aquela pessoa deixou em nós? Se fosse assim, a vida seria simples. Os relacionamentos jamais acabariam. Perdoar é uma das coisas mais complicadas da vida e algo que não se ensina. Até porque não depende de uma decisão voluntária. Tem gente que a gente adora, que quer perdoar, mas que simplesmente não consegue. Pelo menos, não naquele momento, pois a ferida ainda está aberta. Nesses casos, o melhor é esperar a dor passar e torcer para que não fique nenhuma cicatriz no coração...
Agora, meus caros, vocês vão me desculpar (ou não?), mas eu preciso acabar esse texto, pois o sono está enorme e eu já não sei bem o que estou escrevendo... Espero que me perdoem.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Trânsito organizado

Uma coisa interessante em Brasília são as regras e os costumes “locais” de trânsito.
O fato mais corriqueiro por aqui é você chegar ao seu carro e, adivinha? Algum engraçadinho estacionou atrás de você. Tão corriqueiro que nenhum braziliense ou candango resmunga... Simplesmente, vai até o veículo que está empatando o seu direito de ir e vir e dá uma empurradinha. Se ele estiver solto, ótimo. Caso contrário, você entra no seu carro, liga o motor e dá uma buzinadinha, olhando em todas as direções até que veja, uma pessoinha simpática avisando que já está vindo tirar o carro. Que civilizado, não?! É como se houvesse uma regra de boa vizinhança, um acordo tácito: “já que por aqui há poucas vagas de estacionamento, não custa um esperar um pouco pelo outro”.
Isso é uma coisa que eu ainda não engoli. Devem me achar a antipática da cidade, pois eu sempre “fecho a cara” para o cidadão sorridente que corre (nem sempre, alguns não têm tanta pressa...) para tirar o automóvel dali e me libertar!
Conheço alguns revoltadinhos como eu, até mais, pois já fizeram certos estragos em veículos alheios. Eu não chegaria a tanto (por civilidade e não por falta de vontade).
Outra novidade por aqui é que não se pode estacionar ao longo do meio-fio. Mesmo se ele estiver pintado de branco e não houver placa indicando a proibição. Não pode, mas todo mundo pára ali (pelo motivo da já citada falta de vagas) e não acontece nada. Eu parei uma única vez. E, bom, vocês conhecem a Lei de Murphy? Pois é. Uma multinha de presente.
Continuando: quem conhece Brasília sabe da existência dos famosos “pardais”, e quem pensa que estou falando de passarinho, está bastante enganado. O pardal é uma câmera fotográfica que fica ali esperando alguém ultrapassar a velocidade permitida e flash! Lascar uma multa no apressadinho. Atualmente, no entanto, acho que ninguém leva mais essa indesejada surpresa. Não que alguém respeite os limites de velocidade... Com exceção do meu namorado, ninguém faz isso por aqui. O que acontece é que todo mundo já sabe onde eles (os pardais) estão... Então, é só frear um pouco antes de cada um deles. É outra regrinha subentendida que todos nessa cidade devem respeitar. Desse modo, ninguém é pego de surpresa por uma freada repentina do motorista à sua frente. Quando está chegando perto de um passarinho daqueles, todos os contraventores freiam juntos, quase como se fosse uma coreografia ensaiada várias vezes, como aquelas das gêmeas do nado sincronizado... É lindo!
Tudo nessa cidade é muito organizado.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

O maior da América Latina!

Não sei se é verdade, mas ouvi dizer que, certa vez, alguém perguntou ao senador Cristóvão Buarque se era verdade que ele, que construiu sua vida política no Distrito Federal, era mesmo pernambucano. O senador teria olhado para o alguém em questão com uma cara bastante recriminatória. Depois, teria cochichado “não fala isso alto, você não sabe que eu não gosto de humilhar as outras pessoas?”.
Pois é, queridos conterrâneos, esse é apenas um dos contos sobre o nosso bairrismo, tão famoso na capital federal. Eu, que não fujo à regra, acho que Pernambuco é um lugar maravilhoso (do qual, infelizmente, não souberam cuidar, mas isso já é assunto para uma outra crônica). No entanto, sempre me perguntei de onde vem essa nossa “megalomania”. Temos o maior shopping, o maior carnaval, a maior avenida em linha reta, o maior teatro ao ar livre... Se você é pernambucano e em Brasília, comenta: “outro dia, eu fui ao Shopping Recife...”, algum engraçadinho logo completa: “o maior da América Latina!”
Que bom que temos tudo isso, mas porque essa necessidade de ficar repetindo infinitas vezes? Eu mesma sempre repeti... Será que nos ensinaram isso? Claro! Nossos professores também eram pernambucanos...
Às vezes, eu penso se não se trata de uma necessidade de auto-afirmação nossa. É como se estivéssemos justificando, amenizando a imagem que fazem de nós “nordestinos sofridos”. Seria como se disséssemos: “olha, apesar de sermos nordestinos, é lá em Pernambuco que está o maior shopping, viu?! Está vendo como não somos pobre-coitadinhos?”.
Será que não está na hora de pararmos de nos justificar? De tentarmos mostrar o quanto Pernambuco não é aquele sertão clichê que se aprende nas escolas do Sul-Sudeste-Centro-Oeste do Brasil?
Claro que, como pernambucana que sou (até a alma!), sinto orgulho da minha terra. Mas porque lá existem praias maravilhosas, uma cultura riquíssima, artistas talentosos. E não, em hipótese alguma, porque o nosso shopping (logo aquele que eu não vou nunca) tem alguns metros quadrados a mais do que os de São Paulo. Não é nisso que está o nosso valor!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

"Ih, olha lá, aquela menina que pensa que escreve alguma coisa já está com um blog novo..."

Pois é, gente, esse já é meu quarto blog!!! Não sei quanto tempo vai durar e com qual frequência eu vou escrever aqui, mas o fato é que eu senti saudades!
Devo registrar que dois fatos influenciaram bastante a minha decisão. O primeiro foi eu ter comprado o novo livro do Mario Prata - que é o melhor cronista de todos - e ler coisa boa me faz ter vontade de escrever... O segundo foi uma simples frase de incentivo de uma pessoa que eu quase não conheço, mas que fez a minha vida melhor - é pai do meu melhor amigo.
Então, aqui estou eu, mais uma vez... E aí do outro lado, será que ainda resta algum leitor interessado nas minhas escrivinhações?