quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Meus blogs queridos

Há tanto tempo não passo por aqui! Nem eu nem ninguém. Parece que esse blog está morrendo... Mas não faz mal. Ele é meu quarto ou quinto, desde o primeiro, intitulado "Tati no México", onde eu contava um pouco das minhas aventuras naquela terrinha maravilhosa.
Não tenho apego ao que escrevo, e nem tenho o hábito de reler... Às vezes, escrevo um texto e, ao terminar, não tenho sequer a curiosidade de voltar ao início para ver se ele faz sentido, se passou algum errinho, se está legal. E, embora algumas pessoas falem que eu deveria, nunca salvei os arquivos de nenhum dos meus blogs... Simplesmente fui abandonando cada um na rede, a sua própria sorte... Sequer sei se ainda existem. Gosto de achar que sim, imagino que são pedacinhos de mim passeando por esse imenso mundo virtual.
Lembro-me de todos e sei que foram importantes para mim de alguma forma, especialmente para que eu, que tanto já sonhei em me tornar uma escritora "de verdade", pudesse exercitar essa minha paixão por escrever livremente, sem motivo, sem assunto, sem lead, sem deadline. Escrever sobre sentimentos, pessoas e momentos.
Confesso que não sei se é o fim deste meu tão querido blog ou não... A única coisa de que eu tenho certeza é que eu sempre vou "VOLTAR A ESCREVER".

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Olimpíadas no Rio

Não sei se serei criticada, mas eu preciso confessar: eu torci contra. Para mim, tanto fazia Chicago, Tóquio ou Madrid. Mentira, acho que eu tinha uma pontinha de preferência por Madrid, mas só por uma questão de simpatia mesmo. Mas nem pensem que eu não gosto do Rio. Pelo contrário, sou apaixonada por aquela cidade. E quem não é? O fato não é esse. O meu medo é que a escolha do Rio de Janeiro como sede dos jogos olímpicos vire o novo foco (que é o que deve acontecer). Quer dizer: que alegria, que maravilha! O Rio de Janeiro ganhou! A América do Sul finalmente vai receber os jogos! Viva!!! Violência? Tráfico? Balas perdidas? Ninguém lembra mais. Os jovens matando e morrendo nas favelas ficam em segundo plano. Ninguém mais vai cobrar nada do governo. Afinal, o governo é tão bom... Foi ele quem trouxe a Olimpíada para a gente. A gente merece! Exatamente como na Copa de 1970. Alguém lembra? Não sei... Talvez eu devesse estar festejando como os outros. Afinal, num país onde um estado inteiro decreta feriado só porque daqui a sete anos vai sediar as Olimpíadas, não se pode mesmo esperar preocupações sérias.
Agora só nos resta torcer para que os nossos “queridos” traficantes também gostem de esportes e que estejam felizes com a notícia. Senão, eu não quero nem ver...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

"Como se fosse a primavera..."

É primavera! E, como eu sou simplesmente apaixonada por flores, achei que era uma boa desculpa - ou a motivação de que eu estava precisando - para voltar a escrever mais uma vez. O fato é que sempre me identifiquei com uma música de Chico, que diz assim: "Quem lhe disse que eu era riso sempre e nunca pranto? Como se fosse a primavera, não sou tanto..."
Em alguns momentos, sinto vontade de contar às pessoas que, diferente do que muitas imaginam, eu não sou "riso sempre". O meu sorriso é fácil sim, eu sei. Meu tio me disse, "certa feita" (essa expressão é em homenagem ao meu amor), que não sabia como era meu rosto quando eu ficava séria, que nunca tinha me visto sem que eu estivesse sorrindo. Esses comentários são frequentes e, é claro, sempre me deixam muito satisfeita: sou uma pessoa feliz e o meu sorriso é apenas o reflexo disso. No entanto, em alguns dias tristes, eu sinto muita vontade de gritar para o mundo que não, eu não sou a primavera... Não sou "riso sempre"... E, mais do que isso: não consigo ser "nunca pranto". Deveria? Não sei...
Enfim, eu amo a primavera, as flores... Tento ser como elas. Tento, mas não sou não. Às vezes, no escuro, sem ninguém ver, eu sou pranto... Mas meu pranto é bem pequenininho, vai logo embora. Ao nascer do sol, ele já está longe. Tanto que eu arriscaria dizer que eu não sou a primavera, mas que devo ser sua irmã. Gêmea.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Só em Brasília...

Há tempos eu queria falar sobre uma coisa que eu acho o máximo em Brasília, um projeto totalmente inovador: o Parada Cultural. Estantes de ferro repletas de livros funcionam como pequenas bibliotecas espalhadas por toda a capital federal... Enquanto espera o transporte coletivo, o cidadão pode ler uma história interessante, e pode também levar o livro emprestado para ler no ônibus ou em casa, tudo sem burocracia ou qualquer registro formal. Nenhum bibliotecário, nenhuma fichinha de controle, nenhuma forma de garantir que o cidadão vá devolver o livro. Mas ele devolve...! Pelo que sei, a grande maioria das pessoas, depois de ler, coloca o livro de volta na estante sim, e escolhe outro, e outro... E sempre volta para devolver.
Me arrisco a dizer que em algumas cidades as estantes-bibliotecas públicas, que não contam com qualquer tipo de fiscalização ou segurança, seriam roubadas, quebradas, queimadas. Em Brasília, isso não acontece. Alguns podem até fazer a triste piada, que eu já ouvi mais de uma vez: "em Brasília, as pessoas preferem queimar os índios". Infelizmente, esse assassinato terrível marcou para sempre a nossa cidade. Mas esse fato não tem a cara de Brasília, amigos. Como também não parece com Brasília a sujeira que existe no Congresso Federal. Brasília não é isso!!!
Brasília é o lugar onde um projeto maravilhoso como o Parada Cultural funciona de verdade. E isso me enche de orgulho. E não pára por aí: em Brasília, só em Brasília mesmo, existe um açougue cultural. Isso mesmo: além de vender "carnes e livros", o açougue ainda promove shows gratuitos. Essa cidade é ou não é o máximo?!!

*gostaria de parabenizar o dono do açougue cultural, que também é o responsável pelo projeto Parada Cultural: Luiz Amorim. Não o conheço, mas posso dizer que o admiro e me sinto grata a ele, por fazer da nossa cidade um lugar melhor.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Brasília: eu vim para ficar

Este mês está fazendo quatro anos que eu cheguei em Brasília. Entre o dia em que eu recebi uma ligação do Ministério da Saúde perguntando se eu queria a vaga e o dia em que entrei no avião, um intervalo de apenas 10 dias. Mas eu não tinha dúvidas do que eu queria. Na mala, muita ansiedade e nenhum medo. Afinal, para quem já tinha morado fora do país por duas vezes, Brasília era "logo ali"....
Pensava eu, ingenuamente, que seria mais uma experiência, que ia ficar só um tempo... Algumas amigas juravam que logo eu acharia que Brasília também era pequena demais para mim, que sempre quis abraçar o mundo inteiro. E eu concordava: "é isso mesmo, eu não sou planta para criar raiz!" Elas riam...
Mas que nada! Me apaixonei irreversivelmente por este lugar. Se antes eu já simpatizava com o Juscelino, virei fã de carteirinha dele! Já vou logo avisando que não adianta alguém querer me fazer mudar de idéia, como tentam alguns, alegando que ele não investiu nada em educação e saúde, por exemplo. Nem me interessa! Para mim, quem fez Brasília, não precisava mesmo fazer mais nada. Minha raiz cresceu e agora vai ser difícil me arrancar daqui...
É claro que morro de saudades "da minha gente", isso eu não posso negar. Mas saudade é também uma coisa boa de sentir, porque nos ensina a aproveitar cada momentinho que a gente tem com as pessoas que a gente ama e de quem tem que viver longe.
Hoje eu sei que mudar para cá foi, sem dúvida alguma, a decisão mais importante e acertada da minha vida. Brasília é especial, sobretudo porque aqui conheci pessoas maravilhosas, que me acolheram. Como se não bastasse, eu sou completamente apaixonada por esse céu maravilhoso, que me faz ver e sentir Deus tão perto... Ver a lua cheia nascer por trás do Congresso Nacional é sempre um presente. Para mim, é como receber um abraço de Papai do Céu.
É claro que minha essência será sempre pernambucana e isso me enche de orgulho, mas se por acaso você me ouvir dizer que morro de amores por "minha terrinha", não tenha tanta certeza assim de que estou falando do Recife...

terça-feira, 28 de julho de 2009

Cabeleireiro

Na escola, a professora quis saber dos alunos “o que eles queriam ser” quando crescessem. A moça não conseguiu disfarçar o seu espanto quando um dos menininhos da turma respondeu: “cabeleireiro”. Ficou preocupada. Achou que havia algo de errado com aquela criança, talvez precisasse de acompanhamento psicológico. Era melhor informar à família. Mandou chamar o pai do garoto.No dia marcado, a professora ficou ansiosa, não sabia qual seria a reação daquele pai, imaginou inúmeras possibilidades. Mas não imaginou que ele fosse achar graça. Muita graça. Disse que ela ficasse tranqüila e foi embora. A professora achou que o homem não tinha sensibilidade e não se preocupava com o filho. Decidiu tentar resolver o problema sozinha. Chamou a criança em sua sala e perguntou: “por que você quer ser cabeleireiro?” Ele disse que “queria porque queria, ora”. Mas a professora não desistiu fácil: “sabe o pai do fulaninho, seu amigo? É advogado. É uma profissão muito bonita. Você não quer ser advogado também?” O menino, já impaciente, explicou: “tia, por que eu ia querer ser advogado se o pai do fulaninho chega aqui todo os dias para buscá-lo num golzinho velho? Você já viu o carrão do meu pai? Eu quero ser cabeleireiro igual a ele”.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Eu não assino

Estou fazendo um cursinho preparatório para concursos e, embora eu tenha uma turma legal, existem algumas coisas que me incomodam bastante. Me incomodam pessoas que só falam em concursos, em provas, em "questões". Me incomoda gente que te conheceu ontem e já quer ser teu amigo de infância. Me incomoda aquela turminha que vai para a aula para paquerar e fazer amigos, para ver e ser visto, para colocar a conversa em dia. Não que não se possa fazer amigos nesse ambiente, eu mesma converso com todos da turma, sou simpática, faço brincadeiras - que esse é meu jeito mesmo. Mas a finalidade de eu estar ali é outra. Ah, também me incomodam alguns alunos que fazem perguntas e comentários apenas para mostrar que estão por dentro do assunto, sabem como é? E olha que eu até pergunto bastante em sala, mas só quando eu tenho dúvidas e não quando eu sei o assunto (e isso me parece tão óbvio).
Mas quero mesmo é falar especificamente de uma coisa que aconteceu hoje e me deixou muito chateada. A minha turma fez um abaixo assinado (será que abaixo assinado tem hífen? Bom, não sei e estou com preguiça de pesquisar...) para que troquem o nosso professor de Administração Pública por outro. Quando eu simplesmente me neguei a assinar, alguns fizeram cara feia e me perguntaram, com ironia, se eu tinha gostado da aula dele. Para falar a verdade, eu achei bem lentinha, mas fiz questão de dizer, em alto e bom som, que "adorei".
Francamente, isso é coisa que se faça?!! O cara só deu UMA aula, ninguém disse a ele que não estava gostando do método dele e já querem logo radicalizar? Ele pode não ser o melhor professor de todos, mas é esforçado, é boa gente. Melhor que um outro, de quem a turma gosta, e que me parece muito irônico e pedante (e nem por isso eu faria um abaixo assinado para tirarem ele). Não é querendo ser a boazinha não, mas será que ninguém se coloca no lugar da outra pessoa? O cara é professor, e acho que seja um professor esforçado, e de repente chega para trabalhar e fica sabendo que a turma x se nega a ter aulas com ele?? Como assim?? Por quê? Ninguém pensa em como ele vai se sentir? Alguns dizem: "isso não é problema nosso: estamos pagando e queremos ter uma boa aula para passarmos no concurso". Eu fico chocada diante de tanta frieza. Colegas, os professores não são máquinas, nós também não somos... A prova é importante? É sim, senão nenhum de nós estaria ali. Mas ninguém cogita a possibilidade de conversar com o professor? Sugerir que ele enfoque mais tais e tais assuntos? Que faça exercícios com a turma? Não! Querem logo tirá-lo de lá... Como dizem, exigem "a cabeça" do professor. E, mesmo que eu tente fazer "vista grossa", não consigo não me indignar com isso. E não assino. Não tem quem me faça assinar. Ponto.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Isso não se faz

Eu adoro a Clarice Lispector e o jeito como ela escreve (sim, escreve, no presente, porque quem ousaria dizer que ela morreu???). Me identifico muito, muito, muito! Quando leio os textos dela sinto como se os meus sentimentos fossem a inspiração de todas aquelas palavras. E eu penso: eu nem existia ainda, e essa moça já sabia tudo o que eu iria sentir... Como pode ser, meu Deus? Pareço egocentrista, pretensiosa? Tudo bem, nem me incomodo. Tenho certeza de que, quando a Clarice escreveu seus textos, o fez pensando em mim.
Sabem aquilo que o Mario Quintana falava, que um bom poema é aquele que, quando a gente lê, pensa que é ele que está lendo a gente e não o contrário...??! É assim que me sinto quando me deparo com os textos da Clarice.
Eu confesso: gostaria de poder imitá-la... Impossível. Então, tudo o que posso fazer é ler os seus textos e ter a nítida impressão de que ela é quem está, lá no século passado, me imitando. Essa moça rouba minhas idéias, meus pensamentos, sentimentos, desejos... E simplesmente joga tudo no papel! Escancara a minha vida para o mundo inteiro, sem qualquer cerimônia, sem me pedir permissão. Sinceramente, isso não se faz, moça!
(Mas que bom que você fez...)

terça-feira, 14 de julho de 2009

Enquanto o sono não vem...

Não, amigos, eu não sou escritora. É verdade que escrevo desde que me entendo por gente e até que sonho em um dia, quem sabe, publicar meus livros (acho tão chique isso). Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra. Sério. Imaginem que a Clarice Lispector - sim, ELA mesma - dizia que o título de escritora não lhe caía bem, simplesmente porque ela escrevia sem compromisso e, pasmem, "sem saber escrever". Amigos, se a Clarice não sabia escrever - logo ela! - eu não posso nunca querer merecer o título de escritora. Seria muita pretensão. Eu tenho consciência disso. E nem fico triste. Primeiro porque é muito difícil eu ficar triste por alguma coisa. Segundo porque a minha vontade não é ser escritora, mas tão somente escrever... Escrever sempre. Sobre qualquer assunto, sobre nada até. Não posso nunca parar de escrever, como não posso parar de respirar, de sorrir, de amar... Faz parte de mim.
Deve ser porque eu sou, como diria uma amiga minha, "uma moça ousada". Ousada porque gosto de viajar pelo mundo sem criar raízes, ousada porque não tenho medo de desafios, ousada porque faço o que quero e só o que quero (quase sempre). Visto as roupas que gosto e pinto as unhas de vermelho, de preto, de rosa choque - as do pé, inclusive. Sou "uma moça ousada" que sente necessidade de dizer o que pensa, mesmo que depois leia seus próprios textos e pense: "quanta besteira". Mas, ainda assim, orgulhe-se sinceramente deles.
Talvez, além de ousada, eu seja um pouco estranha também. É isso, acho que não sou uma criaturinha muito normal... Vejam só: quase duas da manhã, e eu aqui, escrevendo um texto sem pé nem cabeça, sem motivo, sem inspiração. Escrevendo só por escrever, esperando enquanto o meu sono perdido procura o caminho da minha casa... Ele, que era hóspede tão frequente, nunca mais apareceu por aqui. E a minha imaginação agora vai longe... Posso ver o coitado do sono pedindo informações no meio da rua, aos poucos pedestres que arriscam uma caminhada pela madrugada! Lá está ele, exausto, olhando as placas de Brasília e tentando entender aqueles "códigos", as siglas... Esqueceu como se chega aqui. Esqueceu até a "lógica" de Brasília. Ele - o meu sono - tenta desesperadamente lembrar o que mesmo significam aquelas letrinhas do meu endereço... Sinto pena dele.
Estou ficando impaciente com a demora, nem consigo mais escrever. Preocupada, chego a pensar no pior: "será que aconteceu alguma coisa com o meu soninho querido?" Vou para a janela, esperar por ele, o meu sono, como quem espera por um namorado, ou por um filho... Os olhos ansiosos e o coração apertado de saudade!! Tomara que não demore.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

A aposta

Após cometer uma certa extravagância e comprar um monte de sapatos de uma vez, resolvi que ficaria quatro meses sem comprar sapatos. “Duvido”, disse meu namorado, que já conhece a minha paixão por esses acessórios... “Duvida? Quer apostar?” E aproveitei para ganhar uma vantagem: “se eu conseguir, você me dá um sapato?” Meu amor riu e concordou comigo. E eu emendei: “da Arezzo, tá?”.
Todos riram da minha aposta, minha mãe jurava que eu não conseguiria. Em passeios tentadores pelo shopping, minha amiga garantia me acobertar caso eu cometesse algum deslize... “Pode deixar que eu não conto nada”. Mas agora era uma questão de honra! Virou um desafio pessoal... E eu consegui!!! Eu juro! Nesses 120 dias, um único parzinho novo no armário: presente de uns amigos no aniversário. Meu namorado até questionou, mas eu fui logo mandando ele tirar o cavalinho da chuva: o combinado era apenas não comprar, ganhar podia.
O shopping entrou em liquidação já nos últimos dias de validade da aposta e eu já estava quase subindo pelas paredes, mas guardei o meu cartão de crédito a sete chaves, protegido de mim mesma e... Consegui!!! Ufa, até que enfim acabou. Nunca mais vou apostar uma maluquice dessas. Posso apostar que não compro brincos, cintos, até mesmo CDs... Mas sapatos foi demais! Não sei onde eu estava com a cabeça! A parte boa foi ir até a Arezzo escolher meu “prêmio” e ver o meu amor pagar para mim sorrindo e ainda me dando os parabéns. Escolhi um sapatinho todo colorido, maravilhoso!!! Saindo da loja, comentei: “esse foi o par mais difícil de toda a minha vida”. Depois, pedi, com um sorriso de menina trelosa: “vamos dar uma passadinha naquela outra loja de sapatos, que está em promoção?!!” A minha cara de felicidade refletia o sentimento de liberdade que tomava conta de mim. Vou comprar quantos pares eu bem entender! Todos que eu quiser!!! E, claro, que a minha “restrição orçamentária” permitir...

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Aos supremos ministros

Não, senhores ministros, meu diploma não me fez jornalista. Na verdade, acho que nasci jornalista. Um vídeo caseiro em que apareço aos sete anos de idade entrevistando parentes sobre as eleições e dezenas de textos escritos na infância e na adolescência são alguns indícios do que afirmo. No momento de escolher o curso superior, me interessei por outros, mas minhas dúvidas eram sempre em relação ao segundo curso: “não sei se faço jornalismo e letras ou jornalismo e relações internacionais”. Como não passei na universidade pública e as particulares eram caríssimas, tive que escolher apenas um curso e, obviamente, prevaleceu “a profissão dos meus sonhos”.
No curso, aprendi coisas importantes, é claro, embora não muitas... Li em algum lugar (não lembro agora) que “a faculdade de jornalismo forma especialistas em generalidades com vagas noções de técnicas de comunicação”. Acho graça e preciso concordar... É isso mesmo. Recentemente, estudando para concursos, descobri dezenas de teorias de comunicação e técnicas de redação jamais citadas em meu curso. E, só para esclarecer, estudei em uma excelente faculdade, uma das melhores do meu estado! Acredito que todos os cursos de jornalismo (e de outras áreas também) precisam melhorar MUITO... Especialmente em termos de ensino teórico. Não me lembro de ter estudado muito para nenhuma das disciplinas do curso além de economia (numa “manobra” para não precisar ir à universidade aos sábados, acabei escolhendo pagar essa cadeira junto com alunos de outras áreas como administração e contabilidade, com um professor para lá de exigente... acabei dedicando todos os sábados do semestre ao estudo da matéria... No final, parece que deu no mesmo).
No entanto, se o meu curso, de uma forma geral, pouco me acrescentou, digamos, “intelectualmente”, muito eu aprendi em minhas disciplinas práticas. Laboratórios de redação, fotografia, televisão e rádio tomavam grande parte do meu tempo. Reportagens com deadline apertadíssimo, textos desafiadores, entrevistas instigantes, produção de programas de rádio e televisão não me deixavam dormir. O fato de estudar em uma excelente universidade paga me garantia uma grande vantagem: ter à disposição estúdios de alta qualidade e profissionais técnicos que – invariavelmente – davam uma grande ajuda em nossas gravações e edições. Quantas dicas recebi dos cinegrafistas e técnicos de som!
Alguns dirão, então, "mas se é apenas prática, pode-se perfeitamente aprender tudo no mercado de trabalho"! Sim, meus amigos, isto é totalmente possível. Aliás, foi assim que aprenderam grandes nomes do nosso jornalismo, em um tempo onde os cursos superiores nesta área não existiam. Mas é preciso ter em mente que todo aprendiz, que ainda não conhece os caminhos e os artifícios de sua profissão, comete muito mais erros que os profissionais “velhos de guerra”. Todo estudante tem o direito de tentar, ousar, aventurar-se, testar, errar. Errar muito. A faculdade é o nosso laboratório, onde testamos, experimentamos, brincamos de ser jornalistas... É nas salas da universidade que aprendemos a agir como profissionais, a encontrar a melhor forma de contar uma história, a acertar. Com os erros cometidos nos tempos de estudantes, é que entendemos a importância de ouvir sempre todos os envolvidos em determinado fato... É lá que descobrimos o valor de uma fonte. Na faculdade é que se aprende a lidar com o tempo jornalístico sem ser leviano.
Por isso, permitir que um cidadão sem preparo algum excerça a função de jornalista em nosso país, caros ministros, é como não exigir que quem possua uma arma saiba manuseá-la. O despreparado acabará descobrindo como ela funciona... E poderá se tornar um expert. Lamentavelmente, isso só acontecerá depois de graves acidentes.
Mas, infelizmente, os senhores acham que jornalismo é algo menos impactante na vida dos seres humanos de que a medicina e a advocacia. Um médico e um advogado precisam estudar, aprender antes... O jornalista não. Eu acho que vocês estão muito enganados.
Ops, perdão, queridos seres "supremos"! Longe de mim ter a intenção de ofendê-los! Quem eu estou pensando que sou para querer que considerem a minha opinião??? Perdoem-me, por favor!! Afinal, meus queridos ministros, os "supremos" são vocês. Que seja feita a vossa vontade!!! Amém!!!
(E seja o que Deus quiser).

quarta-feira, 3 de junho de 2009

A deusa que virou estrela

Acho que meu nome estava na moda quando eu nasci... Mais ou menos como estão hoje na moda os nomes Maria Eduarda, Maria Clara e João Pedro. O fato é que sempre vivi cercada por Renatas... Nos colégios em que estudei, na faculdade, no trabalho. Por isso, me acostumei a me apresentar sempre pelo nome e sobrenome. Quer saber quem sou? Renata, mas não uma Renata qualquer... Sou Renata Maia. Dificilmente alguém que me conhece não sabe meu sobrenome.
Uma vez, fiz uma viagem no México por toda a rota da civilização Maia e, embora a origem da minha família seja portuguesa, me senti como se, de alguma forma, estivesse conhecendo a história de meus antepassados... Foi emocionante!
Meu melhor amigo me chama simplesmente de Maia e, por causa dele, muitas outras pessoas só me conhecem assim. Alguns amigos dele chegam a pensar que este é meu primeiro nome. Eu me divirto e até gosto dessa situação porque é como se o nome pudesse fortalecer (ainda mais!) a minha ligação com meu pai. Com ele, é assim sempre. Ninguém sabe o primeiro nome dele. É Maia, seu Maia, dr Maia e, para a minha irmãzinha pequena, “papai Maia”.
De uns meses para cá, foi o meu nome Maia que virou moda. É que esse é o nome da Juliana Paes na novela Caminho das Índias... Precisa dizer mais alguma coisa? As crianças querem dançar igual à Maia, querem parecer com a Maia – e as não tão crianças assim querem ter um Raj igual ao da Maia!
Foi numa reportagem que falava justamente sobre a novela que descobri que Maia, na mitologia, é o nome de uma deusa que virou estrela. Não é o máximo isso? Eu, que adoro a noite, a lua e as estrelas, amei essa descoberta! Não, meus amigos, eu não sei se a fonte é fiel e nem chequei a informação. Perguntei a uma amiga, mas ela também nunca tinha ouvido falar nessa história. Aí eu disse a ela “sabe de uma coisa? Nem quero saber se é verdade: hoje à noite eu vou olhar para o céu e descobrir qual delas é a minha xará”. Ao que ela respondeu “ah, isso é fácil, Rê, a Maia é a estrela que estiver sorrindo”. E eu, diante desse comentário fofo, fiquei sem palavras... Chamei a minha amiga de “boba” e saí, sem graça... Mas sorrindo, claro.

Uma forma bonita de sofrer

Hoje eu li uma entrevista com a namorada de uma das vítimas do acidente com o avião da Air France, em que ela dizia que não queria que encontrassem o corpo de seu namorado, porque assim ela poderia ter a esperança de que ele sobreviveu e que vive em alguma ilha perdida no oceano. Ela disse “vou estar sempre com a idéia de que ele pode estar náufrago, em algum lugar que ninguém conhece, quem sabe com uma nativa gostosa, como ele sempre brincava?” Achei lindo de morrer isso.
A maioria das pessoas nessa situação prefere encontrar o corpo, poder realizar um enterro, ter a certeza. Tem gente que diz que, quando não se passa por estas etapas, as pessoas ficam com a vida “parada”, que não conseguem ir em frente... E eu até acredito um pouco nisso. Mas e quem pensa em ir em frente num momento desses?!
Me emocionou o fato de ela não querer ter a certeza. Achei bonito, sincero. Senti mesmo vontade de chorar. Para mim, é como se ela pedisse, implorasse que não cobrem dela que se transforme em uma Angélica, como na música, cantando sempre aquele mesmo arranjo... “eu só queria agasalhar meu anjo, e deixar seu corpo descansar”.
Essa moça escolheu uma forma muito bonita de lidar com o próprio sofrimento... Um sofrimento tão grande que nenhum de nós é capaz de imaginar.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Meu coração é vermelho e branco

Hoje vou falar sobre o meu time. Ele não é o maior, nem o melhor, mas é o mais importante, pelo menos para mim... rsrs É pelo Náutico que o meu coração bate mais forte. Ponto final. Quantas vezes vibrei com meu time e chorei de felicidade! Outras, no entanto, as lágrimas foram de tristeza mesmo, de raiva, e até de revolta. Por ele, sofri onze anos consecutivos sem uma vitória no campeonato estadual (é bom esclarecer que, para os pernambucanos, este campeonato é mais importante do que qualquer competição nacional) e, mais recentemente, há quatro anos, vi meu time passar uma grande humilhação, no jogo que ficou conhecido como “a batalha dos Aflitos”. Torcedora fanática durante muitos anos, hoje me limito a conferir os resultados dos jogos na Internet. Isso me faz sofrer menos quando o time perde. Quando ele ganha, a alegria também é menos intensa, mas não menos verdadeira. O fato é que a minha paixão pelo Náutico acabou e isso aconteceu por escolha minha – devo confessar que me vigio para não me envolver tanto com “ele” outra vez.
Mas meu sentimento não morreu, apenas transformou-se. Em amor. É isso: hoje eu posso falar que amo o Náutico com todo meu coração. Amor de verdade, do tipo que enxerga os defeitos, que sabe das fraquezas, mas que não se deixa de amar por nada disso.
Vivemos agora uma boa fase em que o Náutico está entre os primeiros da tabela do Campeonato Brasileiro, entre os grandes. É como ver seu filho pequeno brigando de igual com meninos muito maiores que ele, entendem? Dá um orgulho danado!
Vibrei ontem com o pênalti cobrado já nos acréscimos, o que garantiu o nosso empate. Viva! Se ele vai continuar lá em cima? Não sei. A única certeza que eu tenho é que, estando no topo, no meio ou na zona de rebaixamento, eu vou continuar amando o meu Timbu. E achando que a nossa torcida é a mais linda e contagiante de todas.

domingo, 31 de maio de 2009

Eu gosto dele

Eu gosto muito do José de Alencar. Não, não falo do autor de Lucíola, Senhora e Iracema, mas do nosso vice-presidente. E eu gosto dele de graça. Assim, eu não sabia nem quem ele era até ser escolhido para concorrer como vice na chapa do presidente Lula. Agora, claro, já sei que tinha sido senador e era um grande empresário, mas eu nunca tinha ouvido falar nele, oras! Qual o problema? Tá, tudo bem, talvez eu, como estudante de jornalismo (à época) devesse ser mais bem informada... Mas isso não vem ao caso. O que eu quero dizer aqui é que ao longo dos últimos anos, o senhorzinho com cara de super avô, foi ganhando a minha simpatia. Confesso: continuo sem saber se é um bom político, um homem correto, se tem uma vida da qual possa se orgulhar. Mas ele me passa uma coisa boa, sabem como é? Quando ele aparece na televisão, aparenta ter uma energia boa. Talvez porque, tendo que enfrentar todas as dificuldades dessa doença horrível, está sempre sorrindo e otimista. E eu adoro gente positiva! E feliz. Por isso, eu sofro a cada nova internação deste senhor que não é vice quando o assunto é ser exemplo para o país.
Acho que não há quem mereça uma doença tão terrível, mas pessoas que sorriem sempre - como o José de Alencar - merecem menos ainda. Então eu queria escrever aqui que eu torço muito para ele ficar logo bom. Ah, e achei o máximo quando soube que ele se ofereceu para testar um medicamento novo. Além de feliz e otimista, é corajoso. Tomara que esteja realmente aí a sua cura, Zé. Espero ansiosa pelo dia em que você vai aparecer na televisão com aquele sorriso leve e vai dar a grande notícia. Boa sorte e obrigada por ser um exemplo para a gente!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Xixi no banho? Não na minha casa!!!

Outro dia, minha irmã me falou sobre uma campanha que está sendo promovida por uma organização dessas que defendem o meio ambiente e que estimula as pessoas a fazerem xixi no banho. Na hora, soltei uma piadinha qualquer para a minha irmã e mudamos de assunto. Dias depois, a tal campanha passou no Jornal Nacional. Não é que as pessoas estão levando isso a sério mesmo? Eu, que já não sou nenhum exemplo de pessoa politicamente correta (não separo o lixo reciclável, não fecho o chuveiro enquanto estou passando o xampu no banho e nem aderi às sacolas de supermercado ecológicas), já vou logo avisando: nem contem comigo para essa economia de água! Sempre achei isso muito nojento. Acho que o banheiro fica com cheiro de xixi, um cheiro forte e desagradável. Eu, que já era cismada, agora só tomo banho na academia de chinelos e cada vez que vou usar o banheiro de um hotel fico pensando se o hóspede que ocupou a suíte antes de mim era adepto da tal campanha ecológica... Além disso, como moro em Brasília e a maioria dos meus amigos e familiares em Recife, muitas pessoas sempre se hospedam em minha casa. Eu digo logo que adoro quando recebo ligações que perguntam “posso ficar na tua casa?”, outros, mais íntimos, já vão logo avisando “chego tal dia”. Para não ficar paranóica, me indagando se os meus hóspedes são pessoas muito ligadas ao meio ambiente, resolvi tomar uma atitude. Mandei fazer uma placa, para colocar no banheiro, com os dizeres “proibido fazer xixi fora da privada” Será que é suficiente? Já sei, como estamos no Brasil, onde qualquer regra só funciona quando “dói” no bolso, vou mandar acrescentarem à placa a seguinte informação: “sujeito à multa”.Estou muito aliviada agora. Como é que eu vou fazer para fiscalizar?? Não, amigos, eu não vou inspecionar o banho dos meus queridos amigos e familiares... Não será preciso. O meu nariz é o melhor fiscal de todos. E ele não se engana!

domingo, 24 de maio de 2009

Meu certinho

Eu estava solteira, conversando com meu amigo Léo sobre o fato de não gostar de ficar sozinha e dizendo a ele que não gostava dessas coisas de balada e que não tinha mais paciência para paquerar, arriscar. E ele tentava me convencer a dar bola para um amigo dele, que eu já conhecia há quase um ano. Eu resistia um pouco, primeiro porque achava que ele era "novinho", depois porque tinha medo que, se não desse certo, isso acabasse afetando a amizade dele com Léo, eles se afastassem, sei lá... Foi quando o meu amigo, em meio a diversos argumentos, disse "Julio é o cara mais correto que eu conheço. Eu não consigo imaginar ele fazendo mal a ninguém, e não estou falando só de mulher... Ele é incapaz de ser sacana, de passar alguém para trás". Aquele argumento era muito forte e foi decisivo para me fazer olhar diferente para aquele menininho...
Esta semana, dois anos depois, estávamos eu e meu namorado conversando sobre um adolescente que pegou o carro escondido do avô e acabou morrendo em um acidente. Meu amor estava indignado e disse "eu nunca peguei o carro escondido do meu pai". E eu, que sempre faço brincadeiras sobre o jeito certinho dele de ser, perguntei "e você já fez alguma coisa errada na sua vida, meu amor?" Ele ficou mudo. Pensou, pensou... E, de repente, exclamou, aliviado "é claro que eu fiz, uma vez eu falsifiquei a assinatura da minha mãe!" Eu, que já tinha ouvido algo sobre o fato, ri e perguntei "e você tinha quantos anos?", ao que meu amor, sem graça, respondeu "quatro". É, esse é o meu namorado. E como eu amo esse jeitinho dele de ser!

sábado, 23 de maio de 2009

Vai passar

"Parece que a dor que eu estou sentindo não vai passar nunca", escreveu minha amiga no e-mail em que me contou sobre o fim de um relacionamento. "Vai passar sim, minha amiga, eu te garanto", escrevi eu de volta.
Eu asseguro, amiga. Aposto com quem quiser, quanto quiser, um dia essa danada dessa dor vai morar em outro lugar... E você vai se sentir completa de novo. Quando isso vai acontecer?? Ah, minha amiga, infelizmente eu não posso te dizer. Algumas dores logo percebem o quanto não são bem quistas e tomam um rumo, mas outras ficam um pouco mais (muitas vezes porque nós mesmas acalentamos e alimentamos a tal hóspede indesejada e ela, coitada, nem percebe que já é hora de partir). A única certeza é que um dia ela faz as malas e bye, bye!!!
Enquanto isso não acontece, amiga, existem alguns paliativos maravilhosos para amenizar o nosso sofrimento, quer saber? Os amigos são os melhores, não importando se eles vão ouvir seu desabafo, se vão fazer você rir ou se simplesmente ficarão quietos ao teu lado. Evidências científicas comprovam: eles são o melhor remédio sempre! E tem outras coisas que ajudam também, anota aí: cortar o cabelo, tomar sorvete de chocolate com calda de chocolate, ir à praia e ficar horas torrando ao sol, se matricular na academia ou num curso que você queira fazer há tempos... Dançar, beijar na boca, comprar três sapatos novos de uma vez!!! E ainda uma bolsa maravilhosa na promoção! Ah, claro, viajar também pode fazer milagres!!!
Um dia, minha amiga, quando você se der conta, ela terá partido. Para sempre. Sem adeus, sem cartinha de despedida, sem deixar qualquer telefone para contato. Você estará livre!
E como você vai saber? É simples: você encontrará por acaso o moço causador de todo o seu sofrimento e não vai sentir seu coração acelerar. Vai olhar bem para ele e quase não conseguirá se imaginar ao lado daquele homem. Você vai ter a certeza de que está muito mais feliz e incrivelmente mais bonita agora, sem ele... E se além de tudo isso, minha amiga, você sentir, bem no seu íntimo, uma enorme gratidão àquela pessoa por um dia ela ter te dado um fora, aí pode acreditar: você estará totalmente curada! E pronta para outra... Ou melhor: para outro amor!

sábado, 16 de maio de 2009

Agradeçam. E sejam felizes!

“O segredo da felicidade é ser grata”. Acabo de ler essa frase com a qual me identifiquei muito. Sabe quem falou isso? Não, nenhum intelectual... Foi a Gisele Bündchen. E eu, que sempre desconfiei que tinha alguma coisa em comum com ela (rsrs), finalmente descobri que lamentavelmente não é o metro e oitenta que ela tem de altura, nem – mais lamentavelmente ainda - os milhões de sua conta bancária, só poderia ser isso: nós duas descobrimos o segredo da felicidade. É isso mesmo, Gisele, você tem toda razão.
Sou uma pessoa muito feliz e, mesmo em momentos de tristeza, trago em mim a certeza da felicidade. Isso porque sei bem que tristeza não é o oposto de felicidade, mas simplesmente de alegria. Não precisamos estar alegres todo o tempo. Há coisas que preocupam a gente, há acontecimentos que nos fazem chorar e há pessoas que realmente conseguem nos irritar. Mas quem é feliz não deixa de sentir a felicidade por nenhum momento. Bom, eu falo por mim...
E onde entra a gratidão? Simples. Podem observar: infelizes são as pessoas que se acham injustiçadas, que nunca estão satisfeitas com o que a vida lhes dá, são as pessoas que não agradecem. Não jogam o jogo do contente que eu, pequenininha, aprendi quando a minha mãe lia Polyana para mim. Agradecer por tudo... Pela vida, pelo dia, pelo amigo, pela saúde. Quem é feliz, agradece até pelos pequenos gestos. Às vezes, agradece por nada. E sempre agradece sorrindo! O que, quem me conhece sabe, para mim, também não é nenhum sacrifício...
Pois então, você acertou na mosca, Gisele! O segredo da felicidade é ser grato. E eu diria mais: ser eternamente grato. Afinal, como diria o vereador recifense Liberato Costa Junior: “gratidão é dívida que não prescreve”. Para ser feliz é preciso ser gentil, educado e, acima de tudo, não esquecer jamais de agradecer muito às pessoas que fazem ou fizeram a sua vida melhor, ou mais bonita, ou mais fácil, ou mais completa.
Termino, então agradecendo aos que entram aqui e lêem os meus textinhos... Obrigada!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A alma boa de Set Suan

Já mencionei aqui que na escola ganhei, da minha amiga Mariana, o apelido de Madre Teresa. Ela dizia que eu era boazinha demais com todo mundo. Lembrei disso ontem, ao assistir à peça A alma boa de Set Suan. A personagem principal é considerada “o anjo do subúrbio”, pois vive ajudando as pessoas. No entanto, por não conseguir colocar limites às pessoas que queriam se aproveitar do seu bom coração e generosidade, ela começa a perder tudo e a abrir mão da própria felicidade. A moça inventa, então, um “primo”, que sabe se impor e dizer não às pessoas. A história não tem final, já que o autor (Brecht) a deixou inacabada (não sei se propositadamente) e então cada um pode refletir e imaginar o desfecho que desejar.
O problema da história era que a “alma boa” não era simplesmente boa, mas uma pessoa que não sabia se posicionar e tomar decisões... Ah, e a personagem, quando “transforma-se” no primo, não tem escrúpulos e nenhum receio de magoar as pessoas. Será que era boa mesmo essa moça ou ela apenas queria preservar a sua imagem de "anjo"? Também acho que a história passa a idéia de que se impor é ser mau, o que não pode ser verdade.
Enfim, a pergunta que fica é: vale a pena ser bom nesse mundo em que muitas pessoas sempre querem “mais” da gente? Eu acho que vale.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O poder de um salão de beleza

Desde que eu me entendo por gente – ou muito antes disso - minha mãe faz as unhas toda semana, religiosamente, e sempre usa esmaltes escuros. Tanto que um dia, meu primo Almirzinho perguntou por que ela tinha “unha de bruxa”... A manicure “Gegê” era quase parte da família, já que passava todas as tardes de sextas-feiras lá em casa. Chegava depois do almoço e só ia embora quando já era escuro. Contava histórias da família dela, das brigas com o marido (que um dia levou uma “panelada” dela). Lembro que a minha mãe vivia repetindo: “se um dia eu morrer sem fazer as unhas, chamem Gegê, não deixem me enterrar com as unhas desarrumadas, pelo amor de Deus!” Quando eu cresci um pouquinho, comecei a também esperar Gegê ansiosamente para arrumar minhas unhas e aquilo se tornou um hábito.
Depois, com os compromissos dos estudos, especialmente depois de entrar faculdade, ficou difícil reservar um horário certo para fazer as unhas e então passei a freqüentar salões de beleza. Adoro! Freqüento o mesmo local há anos, conheço todo mundo por lá. E me sinto realmente em casa. Sou tão íntima que chego a ser convidada para as festinhas do salão, para os aniversários dos funcionários, além de chás de bebê das manicures.
Às vezes vou duas, três vezes na semana, mesmo que tenha que ficar sem almoçar por causa disso. Melhor ficar com fome do que com as unhas feias, concordam? Também faço depilação, sobrancelha... E no cabelo então?!! Corto, pinto, aliso. Faço tudo o que eu tenho direito! Se passo uma semana inteira sem ir lá, me sinto horrível. Quando estou estressada, corro para o salão. Quando estou me sentindo feia, gorda, mal-tratada... Não há remédio melhor.
Às vezes, reservo o sábado inteirinho para cuidar de mim... Não existe uma música não sei de quem que diz assim: “hoje é meu dia de gente?!” É exatamente isso!! Me sinto assim no salão, cuidando de mim, virando “gente”, me arrumando e ficando linda.
De verdade, devo confessar: não vivo sem. No mínimo diferente para uma mulher que não usa maquiagem (só um batomzinho, às vezes), não tem secador nem chapinha e sai de casa sem se olhar no espelho (juro)! Pois é, não sou das mais vaidosas mesmo, mas adoro um salão de beleza. Me faz tão, tão, tão bem... Exagero?!! Pode ser. Mas é que ando NECESSITANDO umas horinhas no salão, para arrumar essas unhas que estão “descascando”, depilar, arrumar o cabelo... Fazer tudo o que eu tenho direito e sair de lá me sentindo bonita e poderosa. Poderosíssima!

terça-feira, 31 de março de 2009

Fita cassete

Outro dia estava passeando numa feirinha, dessas super populares aqui em Brasília, com minha prima, de 14 anos, e uma das barracas vendia assessórios e enfeites confeccionados com fitas cassetes. Peguei uma daquelas fitas, tão familiares, e perguntei à minha prima se ela sabia o que era aquilo... Ela disse que não, nunca tinha visto uma antes! Fiquei surpresa!
Lembro bem que comecei a me interessar por MPB e bossa nova depois que ganhei uma fita cassete gravada pelo namorado da minha irmã. Comecei a ouvir e me encantei com a voz do Caetano. Adorei ele cantando Ouro de Tolo, de Raul Seixas... Foi aquela fita cassete que despertou em mim o interesse por essa coisa que hoje eu amo tanto: a música brasileira!
Todo esse filme passou por minha cabeça no momento em que a minha prima disse que não, não sabia o que era aquilo. Valia a pena explicar a importância daquela coisinha para uma menina de 14 anos que vive a era do i-pode (e similares)? Será que eu contaria para ela que eu ouvia num walkman, emprestado (nem sempre com muito boa vontade) pela minha irmã, minhas “fitas” do Asa de Águia, do Lulu Santos e da Legião Urbana? Tinha uma do Geraldo Azevedo também, que eu ganhei depois. Essas eram as originais. Mas eu também tinha várias outras que eu copiava de amigos ou que eu mesma produzia “sozinha” em tardes e tardes machucando os meus dedinhos, que já eram tortos, apertando o play-record, o pause e o stop ouvindo as rádios, para as quais às vezes chegava a ligar para pedir uma ou outra canção que eu “quisesse muito” ter. Quer saber uma coisa que me irritava? Quando a emissora de rádio enfiava um spot publicitário no meio da música. Todo esforço tinha ido por água abaixo... E quando as fitas desenrolavam, amassavam e davam o maior trabalho para recuperar? Era um exercício de paciência. Mas valia à pena... Nada se comparava ao prazer de colocar a fita cassete de volta no tocador e, ouvindo atentamente, perceber que o “acidente” não causou nenhum estrago nas minhas músicas. Que tempo bom!
No entanto, essas não são as únicas lembranças que tenho das danadas fitas cassetes não. Devo confessar que já nos tempos da faculdade, também andei às voltas com a bolsa cheia de fitas com os trabalhos e as reportagens das disciplinas de radiojornalismo. E isso, pelo menos ao que me parece, foi “outro dia”, eu não tenho nem cinco anos de formada! O que?? Eu disse C-I-N-C-O – A-N-O-S??? De F-O-R-M-A-D-A??? É, o tempo passa e a gente nem sente...

segunda-feira, 30 de março de 2009

Que o casamento seja uma continuação da festa de casamento...

Foi uma festa linda. Bonita, emocionante, mas sem exageros. Todos estavam felizes, sorriam sinceramente, derramavam lágrimas de felicidade por ver duas pessoas tão amadas realizando um sonho. Meu desejo é que o casamento de vocês, que na verdade começa agora, seja uma continuação daquela festa. Que na vida de vocês não falte o amor que havia naquela igreja toda enfeitada de rosas vermelhas. Que também não falte nunca a paz das rosas brancas que deixaram o salão da festa mais bonito ainda. Ah, que a alegria dos convidados seja apenas uma amostra das alegrias que vocês terão por toda a vida. Que não faltem músicas, e músicas muito boas, como aquelas que ouvimos até de manhã... Que também não falte a ternura e a beleza de Clarinha, Duda e Raul dançando, brincando, entrando na igreja! Ah, mas é claro, como eu poderia esquecer?!!! E que a vida de vocês seja sempre doce e deliciosa, como os bombons maravilhosos que serviram aos convidados! (E olha que de doce eu entendo.)

quinta-feira, 19 de março de 2009

Aos noivos!

Eu e minha irmã Queirol (Carol para os menos íntimos) sempre fomos muito amigas. Quando crianças, éramos grudadas e adorávamos brincar “de rica e de pobre” ou de “pegar soldadinho” na frente de casa. Na adolescência, ela era meu ídolo, especialmente porque sempre tirava dez em todas as matérias! E o mais engraçado é que não aceitava ser chamada de CDF de jeito nenhum: “a prova é que foi fácil”, explicava.
Sempre que eu precisava fazer uma tarefa mais difícil, eu pedia para ela me ajudar. Até hoje às vezes ainda me pego ligando para ela me socorrer em atividades que eu julgo tão complexas como comprar uma coisa qualquer pela Internet... Na semana passada, defendeu sua dissertação e recebeu o título de mestre. Quer dizer, só agora ela é mestre?? Esse povo não sabe de nada mesmo... Para mim, ela sempre foi mestre em tudo o que fez. Agora está chegando o seu casamento. E eu, que quando era criança cheguei a perguntar a minha mãe se “irmã podia casar com irmã”, porque “eu queria casar com Carol”, estou muito emocionada! Especialmente porque ela encontrou um noivo muitíssimo querido, meu irmão também, por opção e adoção. Aliás, costumo dizer que na minha família não existe maior unanimidade do que essa afirmação: “Thiago é ótimo”.
Tudo isso me fez lembrar o filme “Casamento do meu melhor amigo” - ao qual assisti muitas e muitas vezes na minha adolescência, sempre às lágrimas... Em seu discurso final, a personagem de Julia Roberts conclui: “para o meu melhor amigo, a melhor mulher”. Então assim eu também digo que para fazer a minha irmã querida feliz, somente mesmo o meu irmãozinho do coração.
E viva os noivos! Ah, e viva também a minha volta aos textos!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Reforma da Língua Portuguesa. E eu com isso?

Eu não agüento (eu já falei que não abriria mão dos meus pinguinhos queridos) mais essa arenga sobre a tal reforma da Língua Portuguesa. Foi boa, não foi, era necessária, não era, vai ficar só no papel, não vai... Só se fala nisso. Danousse! Que rolo danado, hein?! Até eu mesma acabei de escrever sobre esse negócio de quererem acabar com o meu treminha adorado... Vôte!!!
Mas eu confesso que já estou ficando virada no molho de coentro com essa leseira toda. Uma amiga minha disse que está torando o aço, achando que essa mudança é de rosca (ou rôsca, não sei)... Também tem gente por aí ficando até zarolho de tanto ler as novas normas, achando massa esse troço de mudança, numa empolgação medonha.
Eu juro: não compreendo a razão desse fuxico de jeito maneira! Na verdade, não vejo motivo algum para esse bafafá todo por aqui. Não conheço uma única pessoa que se comunique usando a Língua de Camões - nem o meu amor, que sabe o que é teratológico e escreve “no que tange” em seus textos...
Claro que é bom conhecer a Língua Portuguesa para compreender a genialidade de Saramago e a sensibilidade de Fernando Pessoa. Do mesmo jeito que é ótimo ler originais de Shakespeare e Miguel de Cervantes. Mas daí a achar que fala Português é demais!
Lembrei-me agora de Chico Buarque, que disse que “as pessoas no Brasil pensam que são brancas”. É, elas pensam mesmo... E, para piorar, elas têm convicção de que falam Português...

Pingos nos us

Sobre a tal reforma da Língua Portuguesa, eu só me importo mesmo com a abolição do trema. Confesso que sempre amei esses pontinhos. Acho que eles deixam qualquer seqüestro mais emocionante e qualquer lingüiça mais saborosa. E também que os cinqüentões ficam muito mais interessantes com o trema! Não, eu não estou preparada para abrir mão dele. Por favor, peço que me deixem, de vez em quando, colocar os pinguinhos nos us! Virem para o outro lado, ignorem, façam de conta que nem perceberam que eles estão ali, tão quietinhos, enfeitando as minhas palavras, sem incomodar ninguém...