segunda-feira, 27 de abril de 2009

A alma boa de Set Suan

Já mencionei aqui que na escola ganhei, da minha amiga Mariana, o apelido de Madre Teresa. Ela dizia que eu era boazinha demais com todo mundo. Lembrei disso ontem, ao assistir à peça A alma boa de Set Suan. A personagem principal é considerada “o anjo do subúrbio”, pois vive ajudando as pessoas. No entanto, por não conseguir colocar limites às pessoas que queriam se aproveitar do seu bom coração e generosidade, ela começa a perder tudo e a abrir mão da própria felicidade. A moça inventa, então, um “primo”, que sabe se impor e dizer não às pessoas. A história não tem final, já que o autor (Brecht) a deixou inacabada (não sei se propositadamente) e então cada um pode refletir e imaginar o desfecho que desejar.
O problema da história era que a “alma boa” não era simplesmente boa, mas uma pessoa que não sabia se posicionar e tomar decisões... Ah, e a personagem, quando “transforma-se” no primo, não tem escrúpulos e nenhum receio de magoar as pessoas. Será que era boa mesmo essa moça ou ela apenas queria preservar a sua imagem de "anjo"? Também acho que a história passa a idéia de que se impor é ser mau, o que não pode ser verdade.
Enfim, a pergunta que fica é: vale a pena ser bom nesse mundo em que muitas pessoas sempre querem “mais” da gente? Eu acho que vale.

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