terça-feira, 28 de julho de 2009

Cabeleireiro

Na escola, a professora quis saber dos alunos “o que eles queriam ser” quando crescessem. A moça não conseguiu disfarçar o seu espanto quando um dos menininhos da turma respondeu: “cabeleireiro”. Ficou preocupada. Achou que havia algo de errado com aquela criança, talvez precisasse de acompanhamento psicológico. Era melhor informar à família. Mandou chamar o pai do garoto.No dia marcado, a professora ficou ansiosa, não sabia qual seria a reação daquele pai, imaginou inúmeras possibilidades. Mas não imaginou que ele fosse achar graça. Muita graça. Disse que ela ficasse tranqüila e foi embora. A professora achou que o homem não tinha sensibilidade e não se preocupava com o filho. Decidiu tentar resolver o problema sozinha. Chamou a criança em sua sala e perguntou: “por que você quer ser cabeleireiro?” Ele disse que “queria porque queria, ora”. Mas a professora não desistiu fácil: “sabe o pai do fulaninho, seu amigo? É advogado. É uma profissão muito bonita. Você não quer ser advogado também?” O menino, já impaciente, explicou: “tia, por que eu ia querer ser advogado se o pai do fulaninho chega aqui todo os dias para buscá-lo num golzinho velho? Você já viu o carrão do meu pai? Eu quero ser cabeleireiro igual a ele”.

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