Algumas pessoas, quando morrem, nos deixam o conforto de que, em vida, foram felizes. Mas com a morte do meu tio Beco, o que ficou em mim foi a esperança de que ele agora possa ser feliz e ter paz, onde quer que esteja. Torço para que tenha reencontrado meu avô, meu tio Mano - seu irmão, e, especialmente, a minha avó - que morreu em seus braços vinte anos atrás. Espero que agora ele tenha o colo que tanto precisou em vida e poucas vezes encontrou.
Para algumas pessoas, ele podia até ser apenas um "bêbado" na rua da Harmonia, mas não para suas filhas, e nem para mim, que tenho em minha memória alguns flashes da minha infância, quando meu tio adorava brincar com a sua sobrinha que, por ser tão loirinha, ganhou dele o apelido de Milhinho. Depois que meu tio virou alcoolatra, ninguém nunca mais me chamou assim e o meu cabelo, como num protesto, escureceu para sempre...
Foi embora, o meu tio. Dia 28 de julho seria o seu aniversário. Alguém vai lembrar disso? Tio Beco, você que jamais esquecia os telefones e os aniversários de ninguém, partiu e esqueceu de nos avisar qual é o telefone do céu...
5 comentários:
Gostei muito desse texto! Me emocionou!!! Um beijo.
Que lindo amiga!!!
So para dizer que passei por aqui!!
AMO
Gaz
Filhota,
Em um texto curto você disse o que era preciso para Tio Beco.
Ele perdeu-se no caminho.
Quem sabe agora ncontra a paz que tanto precisamos.
Beijos,
Emocionada...
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