Já faz algum tempo que eu comecei
a sentir Manuela dando piruetas na minha barriga, o que tem se tornado cada vez
mais frequente. Agora, ela passa o dia inteiro se movimentando. E, talvez anunciando
o que vem pela frente, a madrugada também.
Às vezes, ela se mexe tanto, que
eu me acordo e demoro a dormir. Fico imaginando a carinha dessa sapeca, rolando
sem cerimônias de um lado para o outro. Sem sono, nem penso em contar
carneirinhos. Começo, isso sim, a contar os saltos e as cambalhotas da minha pequena
acrobata. Chego a cantarolar baixinho: “Uma pirueta, duas piruetas! Bravo, bravo!
Super piruetas, ultra piruetas! Bravo, bravo!”
Quando ela faz algum movimento
com mais força, quase reclamando da minha posição, eu sinto uma dorzinha nas
costas. E, rindo sozinha, lembro-me de outro trecho da música: “Ai, minhas
costelas! Já tô vendo estrelas! Bravo, bravo!”
Ao meu lado, meu marido dorme
tranquilamente, assim como a cidade toda lá fora. Ninguém faz ideia de que, dentro
de mim, está acontecendo o maior e mais lindo espetáculo circense de todos os
tempos. O Cirque de Soleil que se cuide!
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