quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Vacinas

Ultimamente não se faz outra pergunta aqui em Brasília senão "você já tomou a vacina contra a febre amarela?" Eu mesma já perguntei a todos os meus amigos e estou no pé do meu namorado, que não lembra se já tomou a bendita, que vale dez anos. Quanto a mim, antes que me perguntem, sim, eu sou vacinada! E a minha vacina ainda está valendo.
O fato é que eu fiquei pensando como a tal da vacina é uma coisa interessante e poderosa. Afinal, se todo mundo estiver vacinado, adeus perigo! Ninguém mais vai ter a doença. Me ocorreu o quanto seria bom se os cientistas desenvolvessem algumas outras vacinas. Não por uma questão de saúde pública, mas para acabar com outras mazelas nacionais.
Já pensaram que maravilha seria se um gênio qualquer descobrisse qual o vírus que causa o mal-caratismo (também conhecido como falta de vergonha na cara)? Será que não é possível? Para começar a pesquisa, seria necessário coletar o sangue de algum infectado. Alguém aí no Congresso pode ser voluntário? Sim, VO-LUN-TÁ-RIO! E nem adiantaria pedir propina, pois a lei proíbe que pessoas recebam dinheiro para participar de estudos científicos. Bom, talvez até valesse pagar algum, por debaixo dos panos mesmo, que é como funcionam as coisas na nossa política. Dessa vez, os fins justificariam os meios.
Então, depois de descoberto o vírus, o cientista poderia chamá-lo de maus caratuus e dedicar-se a inventar a danada da vacina. Seria um sucesso e logo entraria no calendário nacional de imunização. Quem sabe o Ministério da Saúde institui-se que a vacina anti maus caratuus deveria ser aplicada logo na maternidade?!!
E essa é só uma das vacinas de que o nosso país (e outros também) precisa. Já pensaram, no futuro, duas recém mamães conversando: "você já levou o fulaninho para se vacinar contra egoísmo? Eu preciso levar o beltraninho" E a outra "ih, já levei há meses, mas posso ir com você porque ele ainda tem que tomar aquela contra a preguiça e a segunda dose da que evita a falsidade". E todos os anos haveria uma campanha nacional de vacinação contra o egocentrismo. O Zé Gotinha convidaria todos os papais e as mãmaes para levarem as suas criancinhas aos postos de saúde.
Aí, quando esses bebezinhos crescessem, quem sabe alguém iria fazer alguma coisa para mudar o país e melhorar a vida do povo?! Nada de corrupção, ninguém usaria o poder em benefício próprio...
Não é por nada não, mas acho que acabei de descobrir a solução para a nossa pátria mãe gentil! E olha que eu nem vou patentear a minha idéia. Fiquem à vontade, cientistas de todas as áreas, para trabalharem nesse projeto.
Estão vendo como o Brasil ainda tem jeito??!

Um comentário:

Anônimo disse...

Como sempre, excelente texto!! Devia publicá-lo num jornal aqui de Brasília.
Beijo.