Ninguém sabe, mas eu guardo uma casinha verde dentro do meu coração. Uma casinha bem distante, com aspecto rural, perdida numa região gelada dos Estados Unidos. O que a casinha tem de especial? Vou contar... Para começar, devo dizer que em toda a casa, tem um carpete onde eu passeio descalça, ignorando os apelos de que vá calçar meias para aquecer meus pés... E na sala tem uma parede de vidro, de onde, à noite, podemos observar vários animais, que vêm se alimentar por ali. Há também uma cozinha repleta de sabores e quartos cheios de carinho, segurança e simplicidade.
Lá embaixo, fica um porão onde é possível improvisar acampamentos e festinhas. Atrás da casa, não há nada além de uma grande e misteriosa floresta. Mas na frente, há muito espaço para correr e brincar, até mesmo no inverno. É, amigos, vocês não sabem, mas no meu coração, neva. Só que a tal casinha é tão aconchegante que nela ninguém passa frio.
Bom, mas eu ainda nem falei da parte mais incrível. Nessa casinha, moram duas bonequinhas loiras, doces e sapecas. Eternas crianças! Até ouvi dizer que cresceram... Que nada! Aqui dentro, é como a Terra do Nunca do Peter Pan, sabem? Elas permanecem pequenininhas. Uma, colecionando bonecas de porcelana. A outra, globos de água. Uma, dando trabalho para comer. A outra, contando que nunca em toda a sua vida vai beijar na boca – “yuck”. Uma chora e pede que eu não vá embora nunca. A outra estuda português para um dia vir me visitar. Todos os dias elas acordam e dormem aqui dentro de mim. Nesse aconchegante lar, como não poderia deixar de ser, mora também uma mãe – com todos os adjetivos que esta palavra pede: amiga, protetora, carinhosa.
Certa vez, ouvi dizer que o amor morava ali. É isso mesmo, querido Bruce. E que outro endereço pode ter o amor senão o coração?
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